truque de mestre

X MEN

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Considerado um dos filmes favoritos do Oscar desse ano, trata de mais uma história de superação em que todas as atenções se concentram na elocução, sem que seja dada qualquer atenção ao conteúdo dos discursos, nem sejam mencionados seus autores.

O Duque de York futuro Rei da Inglaterra é brilhantemente interpretado por Colin Firth (favorito na categoria de melhor ator), acompanhado de belíssimas atuações de Helena Bonham Carter e Geoffrey Rush.

Desde os 4 anos, George é gago. Este é um sério problema para um integrante da realiza britânica, que freqüentemente precisa fazer discursos. George procurou diversos médicos, mas nenhum deles trouxe resultados eficazes. O filme se desenrola quando sua esposa, Elizabeth o leva até Lionel Logue, um terapeuta de fala e método pouco convencional. Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira autoconfiança para cumprir o maior de seus desafios: assumir a coroa, após a abdicação de seu irmão David por conflitos pessoais.

Até ai, a proposta do filme é ótima, mas ao analisarmos o livro homônimo "O Discurso do Rei: como um homem salvou a monarquia britânica”, escrito por Mark Logue, neto do terapeuta de voz Lionel Logue e pelo jornalista Peter Conradi vemos que algumas informações não coincidem. No filme, para sustentar o suspense ao longo da narrativa, que vai de 1926 a 1939, a cura é adiada de uma década para coincidir com a coroação do duque como Rei Jorge VI.

O desejo do produtor Iain Canning e do diretor Tom Hooper é que o filme fosse “historicamente o mais preciso possível”, o resultado contradiz esse propósito. Na verdade, depois de 82 consultas, entre outubro de 1926 e dezembro de 1927, o duque de York era capaz de discursar sem as hesitações que tanto o embaraçavam. Nos sete primeiros meses, o tratamento teve um grande efeito, a ponto do duque ter escrito a Logue, em janeiro de 1927, durante viagem à Austrália, dizendo não ter “nunca sido obrigado a parar por causa de alguma palavra”.

Mais importante que essa usual liberdade do cinema de entretenimento com os fatos, o filme faz uma pequena referência à política de Jorge VI em um dos períodos mais dramáticos da história mundial: a 2° Guerra.

Período negro da história, onde foram estimadas em que 50 milhões de mortes, na maioria civis, dentre os quais 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus.

A propaganda é a arma fundamental dos vitoriosos, enaltecendo batalhas cheias de glória e consagrando seus heróis. Mas será possível falar em heróis e glórias numa guerra que matou 50 milhões de pessoas? As forças nazistas deixaram atrás de si populações massacradas em cidades e países destruídos, sem falar de seus campos de concentração, onde morreram milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, deficientes físicos e homossexuais.

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