truque de mestre

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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

CONFIRA OS VENCEDORES DA 88° EDIÇÃO DO OSCAR


A 88° edição da maior premiação da indústria cinematográfica aconteceu ontem a noite, 28 de fevereiro, em Los Angeles.

A presentado pelo ator Chris Rock, o maior prêmio mundial do cinema premiou o filme “O Regresso” estrelado por Leonardo DiCaprio, em três categorias  (o filme liderava com 12 indicações) e o blockbuster 'Mad Max" que foi vencedor em seis categorias.

A categoria Melhor roteiro adaptado foi apresentada por Ryan Gosling e Russel Crowe e premiou o filme "A grande aposta".  Emily Blunt e Charlize Theron  apresentaram a  categoria de Melhor roteiro original que premiou "Spotlight: Segredos revelados".

Apresentado pela atriz Cate Blanchett, a categoria Melhor figurino premiou  "Mad Max: Estrada da fúria" que também levou nas categorias: Melhor design de produção, Melhor cabelo e maquiagem, melhor edição de som, Melhor Edição e melhor mixagem de som.

A categoria Melhor Efeitos Visuais foi para “Ex Machina - inteligência artificial". Na categoria Melhor fotografia "O Regresso" foi o vencedor.

Os Minions estiveram presentes no Oscar, premiando "Divertida mente" na categoria Melhor animação.  A categoria Melhor curta de animação foi apresentada por  Buzz Lightyear e Woody de “Toy Story” que premiou o curta chileno Bear Story”.


A categoria Melhor documentário de curta-metragem premiou "A Girl in the River: The Price of forgiveness", já  a categoria Melhor documentário premiou "Amy" .  O Oscar de Melhor curta de live action foi para  "Stutterer" e  o de Melhor filme estrangeiro  foi para o filme húngaro "O filho de Saul".

JK Simmons apresentou a categoria Melhor atriz coadjuvante que foi para Alicia Vikander ("A garota dinamarquesa"), já a categoria Melhor ator coadjuvante apresentada por Patricia Arquette premiou  Mark Rylance  por "Ponte dos espiões".

Na categoria Melhor Trilha Sonora foi para Ennio Morricone por "Os 8 odiados" e na categoria Melhor canção original Sam Smith com a música "Writing's on the wall" de "007 contra Spectre".

Chegamos ao final da noite com os prêmios mais esperados: Brie Larson  ("O quarto de Jack”) levou  o Oscar de Melhor atriz, o Oscar de Melhor ator premiou Leonardo DiCaprio ("O Regresso") e o de Melhor diretor foi para Alejandro G. Iñárritu por "O Regresso". "Spotlight: Segredos revelados" foi o vencedor na categoria Melhor filme.

Boa noite e até o ano que vem!
 🎬❤️🎬❤️

domingo, 28 de fevereiro de 2016

CONFIRA OS GANHADORES DA 32° EDIÇÃO DO FILM INDEPENDENT SPIRIT AWARDS


Na noite deste sábado, dia 27 de Fevereiro, além do Razzie Awards ( Framboesa de Ouro) aconteceu em Los Angeles a 32° cerimônia de entrega do Film Independent Spirit Awards.
Dos indicados ao Oscar deste ano, "Spotlight - Segredos Revelados" venceu as quatro categorias que concorria, sendo agraciado, também com o Robert Altman Award. Brie Larson de "O quarto de Jack" levou o prêmio de melhor atriz. O estrangeiro "Filho de Saul" foi o vencedor na categoria melhor filme internacional. 
Indicada duas vezes por "O Abrigo" (Take Shelter - 2012) e "O Ano Mais Violento" (A Most Violent Year - 2015), Jessica Chastain foi homenageada este ano com o Honorary Chair.
Confira a lista completa de vencedores:

Melhor filme:"Spotlight - Segredos Revelados" (Spotlight - 2015)
Melhor direção: “Tom McCarthy - "Spotlight - Segredos Revelados"
Melhor filme de estreia: "The Diary of a Teenage Girl" (Idem - 2015)
Melhor ator:  Abraham Attah - "Beasts of No Nation"
Melhor atriz: Brie Larson:"O Quarto de Jack" (Room - 2015) 
Melhor ator coadjuvante:  Idris Elba - "Beasts of No Nation"
Melhor atriz coadjuvante: Mya Taylor - "Tangerina" (Tangerine - 2015)
Melhor roteiro: Tom McCarthy e Josh Singer - "Spotlight - Segredos Revelados"
Melhor roteiro de estreia: Emma Donoghue - "O Quarto de Jack"
Melhor fotografia: Ed Lachman - "Carol" (Idem - 2015)
Melhor filme internacional: "O Filho de Saul" (Saul Fia - 2015)
Melhor documentário: "O Peso do Silêncio" (The Look of Silence - 2014)
Melhor edição (montagem): "Spotlight - Segredos Revelados"
John Cassavetes Award:  "Krisha" (Idem - 2015)
Truer Than Fiction Award: - "Incorruptible" (Idem - 2015)
Someone to Watch Award:  Felix Thompson - "King Jack" (Idem - 2015)
Producers Award: Mel Eslyn
Honorary Chair:  Jessica Chastain 
Robert Altman Award: "Spotlight - Segredos Revelados"

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ORGULHO E PRECONCEITO E ZUMBIS POR ANDREA CURSINO


Inglaterra, século XIX. Uma misteriosa praga espalha zumbis por todos lados, mas Elizabeth Bennet (Lily James), especialista em artes marciais e no manuseio de armas, está preparada para enfrentar os piores mortos-vivos. O que a incomoda de verdade é ter que conviver e lutar ao lado do arrogante Sr. Darcy (Sam Riley).

O diretor Burr Steers escolhe um caminho interessante para contar no cinema a brincadeira feita em um livro onde se mistura um clássico da literatura britânica e o monstro da moda, o Zumbi. A mistura que a primeira vista parece ser estranha e até um sacrilégio mexer em um clássico, mas a surpresa é o que o filme funciona.

Tecnicamente o filme é muito bem feito. Uma fotografia bonita que valoriza os cenários e adereços de cena tão bem cuidados que representam fielmente os objetos da época. Os figurinos foram bem tralhados e são bonitos, elegantes, mesmo com um toque modernizado como as roupas usadas pelas irmãs Bennet. As coreografias de lutas e as movimentações de câmera são muito bem feitas. A montagem também proporciona ao filme um bom ritmo. A trilha sonora é boa. 

O roteiro é bom e o elenco cumpre muito bem com a tarefa de se divertir e embarcar na brincadeira. Para começar os protagonistas são Lily James e Sam Riley. Eles fazem Elizabeth Bennet e Sr. Darcy, um casal "a la Sr e Sra Smith" Os zumbis não sobrevivem a eles. Uma boa surpresa foi Matt Smith, o décimo Doctor Who, como o engraçado Sr. Collins.  E claro que não poderia faltar um casal mais romântico, essa tarefa fica com Bella Heathcote e Douglas Booth com Jane Bennet e Mr.Bingley. O visionário personagem Sr. Bennet, pai das jovens caçadoras de zumbis, ficou por conta de Chharles Dance enquanto o vilão ficou por conta de Jack Houston. Estão todos bem. Até os zumbis ficaram bem na composição, na maquiagem e no resultado final com efeitos.

No fim das contas, o filme é divertido e funciona bem como entretenimento e os fãs do livro podem ficar tranquilos. A adaptação foi bem feita. O livro ficou em 3º no ranking do New York Times. Vamos ver agora como se sai o filme nas bilheterias de cinema em todo mundo. 




PRESSÁGIOS DE UM CRIME POR ALÊ SHCOLNIK


Dois detetives do FBI, Joe Merriwether (Jeffrey Dean Morgan) e Katherine Cowles (Abbie Cornish) perseguem um serial killer conhecido por matar suas vítimas com um objeto perfurante na nuca, sem deixar vestígios na cena do crime. Diante da ausência de provas, Joe pede ajuda ao seu amigo pessoal, o Doutor John Clancy (Anthony Hopkins), um poderoso vidente que vive isolado desde a morte de sua filha. Aos poucos, este novo investigador ajuda os policiais a entender a mente do assassino (Colin Farrell), até fazer uma descoberta importante: o homem responsável pelas mortes também é um vidente, como John.

Em “Presságios de um crime” há um jogo em cena entre os personagens de Anthony Hopkins e Colin Farrell, proposta, inclusive, muito interessante, que trata da psique do serial killer, porém  falta originalidade e criatividade ao roteiro que é carregado de momentos clichês do gênero.

O filme não consegue manter o clima de mistério da trama. As ideias mais interessantes do longa são as que recebem menos destaque.

Previsível e desinteressante,  o filme que peca num roteiro genérico mas consegue se sobressair por conta das atuações e da criatividade de seu diretor o brasileiro Afonso Poyart (“Dois Coelhos”). 

DEUSES DO EGITO POR ALÊ SHCOLNIK



Bek (Brenton Thwaites) é um mortal pacato que se considera apenas mais um soldado, e que vive em um Egito ancestral dominado por deuses e forças ocultas. Quando o impiedoso Set (Gerard Butler), deus da escuridão, toma o trono da nação e mergulha a sociedade no caos, o jovem se unirá a outros cidadãos e com o poderoso deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau), para formar uma expressiva resistência. 

“Deuses do Egito” é o mais novo blockbuster do momento. Cheio de Efeitos Visuais em cima da direção e roteiro exagerados, o filme é feito para agradar o público que não quer pensar, é entretenimento puro, cinema para comer pipoca e namorar.

O roteiro é centrado na luta do bem contra o mal,  não há nada de novo na velha estrutura que Hollywood adora vender. Falta originalidade, e haja computação gráfica e chroma key no filme, ora visualmente bonito, ora completamente superficial.

Baseado nos arquétipos da mitologia, o filme conta  com um elenco estelar de corpos sarados, que levará muita gente aos cinemas.


COMO SER SOLTEIRA POR ALÊ SHCOLNIK



Adaptação de um romance escrito por Liz Tuccillo,  "Como ser solteira" conta  como sobreviver na selva dos solteiros em New York. Alice (Dakota Johnson) acabou de sair de um relacionamento e não sabe muito bem como agir sem outra metade. Para sua sorte, ela arruma uma animada amiga (Rebel Wilson) especialista na vida noturna de Nova York, que passa a ensiná-la como ser solteira.

Estrategicamente lançado próximo ao “o dia dos namorados norte americano, “Como ser Solteira” lembra a mesma intenção de "Noite de Ano Novo" e " Indas e vindas do Amor", são várias histórias interligadas.

O filme  brinca com as possibilidades de reverter os velhos clichês e estereótipos da comédia romântica. Inusitado  na proposta de pegação e finais felizes, o filme transporta o espectador para uma sequência de fatos da vida conduzida de forma bem leve. Não há drama algum, Rebel Wilson, uma das rainhas da comédia, está mais desbocada do que nunca. 

A proposta do longa é entreter e ele consegue. Não esqueça a pipoca!


AMOR EM SAMPA POR ALÊ SHCOLNIK


Comédia romântica, com roteiro de Bruna Lombardi e direção de Carlos Alberto Riccelli retrata cinco histórias de amor e de sonhos que se entrelaçam, percorrem a intimidade das relações e mostram como todos estão conectados nessa grande cidade. 

A capital paulista é personagem e cenário do filme, assim ela  empresta sua grandiosidade e lugares emblemáticos para o desenrolar da trama clichê que é conduzida pelo taxista Cosmo (Carlos Alberto Ricelli).

Nos encontros de “Amor em Sampa”, entre o mundo da moda e os palcos,  se encontram muitos personagens, entre elas as amigas Mabel e Carol (Letícia Colin e Bianca Muller), núcleo que mais chama atenção pela versatilidade das atrizes.

O roteiro do filme tem referência narrativa da comédia romântica americana “Idas e Vindas do Amor”, são vários núcleos que contam suas histórias, junto à isso, ainda tem uma possível referência de narrativa e estilo da comédia musical “Todos dizem eu te amo” de Woody Allen. “Amor em Sampa” conta com a ajuda da música (escritas por Riccelli e Bruna) para contar as histórias de seus personagens. Porém o filme está longe do talento do cineasta americano, é tudo muito forçado em cena, falta emoção na direção, no roteiro e nas atuações, além disso, o filme conta com alguns personagens estereotipados. 

A tentativa de reunir um grande elenco com histórias de amor e sonhos que se conectam na metrópole, simplesmente, não funciona.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O LOBO DO DESERTO POR ALÊ SHCOLNIK



Theeb vive com sua tribo beduína no povoado de Wadi Rum, situado no Império Otomano. Hussein, irmão mais velho de Theeb, após a morte de seus pais, tenta ensiná-lo a viver como beduíno, mas o jovem Theeb está mais interessado nas brincadeiras de infância do que no aprendizado da vida adulta. Theeb e Houssein têm o curso de suas vidas interrompidas pela chegada de um oficial do Exército Britânico e seu guia, que pedem o auxílio dos garotos em uma missão misteriosa, cujo destino é um poço artesiano na tradicional rota de peregrinação para Meca.

Longe de ser um filme melodramático, “O lobo do Deserto” no transporta para um mundo duro sem conduzir o enredo com imagens fortes.

Carregado pela estética cinematográfica, o filme utiliza muito bem os cenários naturais, completamente entregues as belas paisagens do deserto árido e sol escaldante. A Fotografia estupenda junto com as câmeras panorâmicas, nos transportam  para uma bonita viagem de isolamento e solidão.

O filme mostra  a jornada do  pequeno Theeb ao lidar com o silêncio da alma e do coração em busca de sobrevivência.

“O lobo do Deserto’ é um filme com personalidade cultural e qualidade artística.

Indicado ao Oscar de filme estrangeiro, o filme  integrou a Seleção Oficial do Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2014 e foi vencedor do Prêmio de Melhor Direção no Festival Internacional de Cinema de Veneza.


HORAS DECISIVAS POR ALÊ SHCOLNIK


Baseado nos fatos reais que aconteceram na noite de 18 de Fevereiro de 1952, “Horas Decisivas” nos transporta para o maior resgate da guarda costeira americana.

O militar da Guarda Costeira, Bernie Webber (Chris Pine, da franquia “Star Trek”) cumpre as ordens e as normas a que  é submetido, assim ele e mais quatro homens se jogam ao mar para salvar uma tripulação  que sobrevive na metade de um navio tanque prestes a afundar, por conta de uma tempestade assustadora.

Com um roteiro simples e objetivo, o filme nos leva a uma aventura real e aterrorizante.

Com  um bom ritmo e diálogos rasos, a produção infelizmente, não encanta por conta das atuações que são o ponto fraco do filme, falta emoção. A sensação é que a direção falhou com os atores (mesmo que eles saibam o que fazer). Ao mesmo tempo, o diretor Craig Gillespie (A Hora do Espanto) agrada nas cenas de ação com ótimos momentos de tensão.

A produção que custou US$80 milhões  conta com  grandes Efeitos Visuais (que seguem a mesma linha de “Mar em Fúria”), uma Fotografia incrivelmente desafiante e um belo trabalho de Edição de Som.

“Horas Decisivas” acaba se tornando um filme genérico por conta da falta de originalidade no roteiro.

Não esqueça a pipoca!



O QUARTO DE JACK POR ALÊ SHCOLNIK



Adaptação do best-seller do New york Times de Emma Donoghue (que também assina o roteiro do filme), “Quarto de Jack” nos apresenta uma visão inocente e tocante do mundo.

Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece.  Não é apenas o lugar onde ele vive com a mãe, é aonde ele nasceu e cresceu. Lá eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam, tudo entre quatro paredes e uma pequena claraboia, com muita cumplicidade.

Ali, eles vivem o mundo dentro de uma bolha que  deixará cicatrizes psicológicas para o resto da vida. Jack nunca viu o mundo lá fora, mas graças a um plano de fuga, ele conseguirá ver o que existe a sua volta.

Os diálogos bonitos e reveladores são capazes de mostrar como o mundo pode ser bonito, ao mesmo tempo que cruel. Com sentimentos completamente abalados, “Quarto de Jack” nos transporta para uma relação maternal com laços eternos. Com muita determinação, criatividade e um imenso amor entre os dois. Brie Larson e o pequeno nos presenteiam Jacob Tremblay com belíssimas atuações!

Inquietante, complexo e sensível, “Room” é um mundo revelador quando se trata da natureza humana. Da sensibilidade do menino ao ver pela primeira vez o que existe a sua volta à crueldade do ser humano em praticar atos de violência.

Com direção e roteiro intrigantes que envolvem o espectador,  “Quarto de Jack” é um filme sobre essa incrível jornada de dor e superação de uma mãe desesperada em busca de salvamento.

Um filme transformador! Impossível não se emocionar! Bom filme!



O ABRAÇO DA SERPENTE POR ALÊ SHCOLNIK


Théo (Jan Bijvoet) é um explorador europeu que conta com a ajuda do xamã Karamakate (Nilbio Torres) para percorrer o rio Amazonas. Gravemente doente, ele busca uma lendária flor que pode curar sua enfermidade. Quarenta anos depois, a trilha de Théo é seguida por Evan (Brionne Davis), outro explorador que tenta convencer Karamakate a ajudá-lo.

Karamakate, outrora um poderoso xamã da Amazônia, é o último sobrevivente de seu povo, e agora vive em isolamento voluntário nas profundezas da selva. Os anos de solidão absoluta o tornam vazio, privado de emoções e memórias. Sua vida sofre uma reviravolta quando chega ao seu esconderijo remoto Evan, um etnobotânico americano em busca da Yakruna, uma poderosa planta capaz de ensinar a sonhar. O xamã decide acompanhar o estrangeiro em sua busca, e juntos embarcam em uma viagem ao coração da selva, onde passado, presente e futuro se confundem, fazendo-o aos poucos recuperar suas memórias. Essas lembranças trazem uma dor profunda que não libertará Karamakate até que ele transmita o conhecimento ancestral que antes parecia destinado a perder-se para sempre. 

Baseado nos relatos dos expedidores, “O abraço da Serpente” aborda as diferenças culturais entre o homem  branco e o indígena, através do olhar enraizado de quem vive ali.  Em meio a bela natureza da floresta amazônica, o filme apresenta uma narrativa entre passado e presente, o que por um lado parece ser bem interessante, porém se perde por falta de elementos.

Trata-se de um estudo sociológico e antropológico de uma Amazônia que não conhecemos. É muito além do que a câmera transmite. o filme fala de crenças e fé junto com o trabalho primoroso fotográfico que encanta junto com natureza (super valorizada) apresentada na tela, é tudo muito cru em cena. É bonito de se ver!

O diretor Ciro Guerra  admite que quase desistiu das filmagens de tantos problemas que teve que enfrentar: "Assim que terminamos a primeira semana de filmagens, fiquei extremamente preocupado coma quantidade de problemas que tivemos que enfrentar, o cronograma de filmagens era muito apertado e ficou claro que nós nunca conseguiríamos terminar esse filme. Tínhamos sido muito ambiciosos e os deuses da floresta estavam nos punindo por isso. Com isso em mente, como um capitão que é o primeiro a descobrir que seu navio está afundando, sentei-me, confortavelmente e me preparei para enfrentar o naufrágio inevitável. Mas acabei por testemunhar um milagre".

O filme nasceu da curiosidade do diretor pela Amazônia colombiana, um vasto e misterioso lugar que representa metade da superfície do país: “ ... eu tive a ideia de contar uma história através do prisma desse encontro, mas a partir de uma perspectiva em que o personagem principal não é um homem branco, como de costume, mas um indígena, um aborígene.”

Além da indicação ao Oscar de filme estrangeiro deste ano, o filme foi selecionado pela Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2015 , o longa recentemente ganhou o prêmio “Science in Film” no Festival de Sundance 2016. 


13 HORAS POR ALÊ SHCOLNIK


Baseado no best-seller do New York Times que deu origem ao filme, “13 Horas” apresenta a história real dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2012 (seriam consequências dos ataques de 11 de Setembro de 2001?), quando terroristas atacaram o Complexo da Missão Especial do Departamento de Estado dos EUA e o Anexo base da CIA, em Benghazi, na Líbia.

Uma equipe de seis soldados lutou bravamente para repelir os agressores e proteger os americanos que lá trabalhavam, indo além de suas obrigações e realizando atos extraordinários de coragem e heroísmo para impedir uma tragédia ainda maior.

Um relato infame, surreal e verdadeiro do confronto que aconteceu durante as treze horas do atentado de uma noite encoberta por mistério e controvérsia.

Enquanto a direção tem identidade, o roteiro não tem. Coube ao diretor Michael Bay assumir a direção deste projeto que falta originalidade no roteiro.  Cheio de clichês e referências à outros filmes do gênero (Sniper Americano, Guerra ao Terror, Argo),  o roteiro peca no exagero da contextualização, ao mesmo tempo que ajuda na apresentação dos personagens, junto à isso ainda tem os famosos clichês que até ajudam a suavizar a estrutura de guerra.

“13 Horas” conta com a boa direção de Michael Bay, que, inclusive, leva a sua marca registrada ao filme. O diretor da franquia “Transformers” deixa a sua famosa assinatura no filme através dos ângulos de câmera  e  dos lens flares.

A  história desses heróis que arriscaram sua vida uns pelos outros, por seus compatriotas e por seu país combina  uma boa montagem, edição de som e trilha sonora na cena do grande embate. 


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

DEADPOOL POR ALÊ SHCOLNIK



O ex-militar e mercenário, Wade Wilson enfim chega aos cinemas com uma obra bastante original.

Diagnosticado com câncer em estado terminal, Wade encontra uma possibilidade de cura em uma sinistra experiência científica que o tornará imortal . Recuperado, com poderes e um incomum senso de humor, ele se torna Deadpool. e tem como objetivo vingança contra o homem que destruiu sua vida.

O filme já começa com uma abertura sensacional digna de boas risadas! Com um roteiro irônico e cômico, cheio de referências cinematográficas nos diálogos, “Deadpool” conquista o espectador pela originalidade do diretor Tim Miller. A narrativa do filme também chama atenção pela forma que é apresentada pelo protagonista, o que agrada bastante.

A montagem e a trilha se encaixam muito bem, permitindo o espectador interagir com o filme, (se é que isso é possível).

Com ótimos ângulos de câmera nas sequências de ação e no chroma key (o famoso fundo verde), "Deadpool" é dinâmico até nos Efeitos Visuais. Tudo é muito bem coreografado!

Não há dúvidas que muita coisa foi feita em computação gráfica, tudo com muito senso de humor. 

Bom filme!


BROOKLYN POR ALÊ SHCOLNIK

Baseado no livro de Colm Toibin, o filme nos transporta para 1952 na Irlanda, lugar que não oferece futuro para jovens como Eilis Lacey.  Sem encontrar emprego, ela vive na pequena cidade de Enniscorthy com a mãe viúva e a irmã Rose que consegue uma oferta de trabalho e moradia para ela  no bairro do Brooklyn, em Nova York através do padre Flood.

A ideia de sair do ninho familiar a deixa apavorada, mas não a impede de ir. Caminho feito, chegada concluída, tudo acontece no tempo certo na vida de Eillis.

“Brooklyn” não nos apresenta grandes movimentações e conflitos, é um filme com uma delicada  trama de sentimentos ocultos, de aceitação do destino e de sonhos abandonados.

A falta de conflito num cenário onde o drama deveria predominar ganha contornos de leveza nas mãos de Hornby. O resultado é bonito e leve, porém bobo.

Nem no período de adaptação da personagem que se encontra triste e solitária neste novo mundo, o filme consegue incorporar um bom drama. O roteiro e a direção são inocentes, com uma narrativa clássica e personagens mal desenvolvidos. Tudo é muito delicado, sutil,  diria até que condizente com o pensamento da a época.

A direção de arte e o figurino da época encantam o espectador junto com a bela fotografia.

O filme foi indicado ao Oscar deste ano nas categorias: Melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz.

Bom filme!



A GAROTA DINAMARQUESA POR ALÊ SHCOLNIK



Drama biográfico inspirado no livro de David Ebershoff conta a história real do pintor Einar Wegener e sua esposa Gerda, “A Garota Dinamarquesa” conta como  Einar Mogens Wegener foi uma das primeiras pessoas a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. O filme coloca em foco o seu relacionamento amoroso com a pintora dinamarquesa Gerda e sua descoberta como mulher quando sua esposa pede para que ele pose para retratos femininos.

A direção delicada de Tom Hooper (“O Discurso do Rei”, “Os Miseráveis”) transporta o roteiro objetivo e bem delineado para as telas. Tudo é encantador e muito sutil, assim como o traço do diretor. 

A linguagem da câmera e a estética do cineasta nos transporta  para um mundo interior de um ser humano incompreendido pela sociedade pela sua identidade sexual.

A belíssima atuação de Eddie Redwayne nos emociona a cada take! O ator foi, sem dúvida alguma, a escolha perfeita para o papel! A jovem atriz Alicia Vikander também merece destaque. A química e a naturalidade em cena do casal é extasiante.

Com belas paisagens, Fotografia estupenda e maquiagem impecável o filme consegue ser  contemporâneo, mesmo se  passando em 1920.

A Direção de Arte é primorosa, destaque para os figurinos da época que são um deleite à parte!

Filme melódico, completamente envolvente e apaixonante conta com uma trilha sonora completamente instrumental.  Delicado por si só, “A Garota Dinamarquesa” é um sensível retrato sobre essa relação de amor e amizade. Afetuoso, terno e belo nas entrelinhas dos sentimentos. Não percam!


UM SUBURBANO SORTUDO POR ALÊ SHCOLNIK


Denílson (Rodrigo Sant'anna) é um carismático camelô do subúrbio que vê sua vida virada pelo avesso quando descobre ser o único filho biológico do ex-patrão de sua mãe, Damião Albuquerque (Stepan Nercessian). À beira da morte, o empresário fez um testamento deixando toda sua fortuna para ele. Totalmente ligado à sua origem humilde, o suburbano passa por situações hilárias enquanto tenta se adaptar à nova vida de luxo e mordomias ao lado da oportunista família do falecido, que quer a todo custo se livrar do novo beneficiário e reaver a herança. 

“Um suburbano sortudo” apresenta o contraste entre a vida no subúrbio e na alta sociedade sob a ótica de Denílson.

Dirigido por Roberto Santucci, o filme homenageia de certa forma, o empresário e criador da Ricardo Eletro. O roteiro é clichê  com personagens estereotipados e cheio de diálogos bobos, com direito a lição de moral no final, no meio disso, é possível identificar claramente  trechos preconceituosos com os estereótipos citados.

Rodrigo Santanna é quem carrega o filme, literalmente, nas costas. O longa confirma o talento e versatilidade do comediante que interpreta outros cinco integrantes de sua família.

A direção desperdiça o talento da atriz de Carol Castro com cenas mal conduzidas, além de seu personagem ser apático.

Baseado em um argumento de Santucci, foram convocados os roteiristas L. G. Bayão e Paulo Cursino para criarem uma história original, escrita especialmente para Rodrigo Sant’anna, que também colabora no roteiro.

Foram cinco semanas de filmagem – entre 01 de abril e 05 de maio de 2015 - no Rio de Janeiro, com locações em lugares ícones do subúrbio carioca, como Mercadão de Madureira e Piscinão de Ramos, além de bairros tradicionais como Bento Ribeiro e Méier.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

TIRANDO O ATRASO POR ALÊ SHCOLNIK


Poucos dias antes do seu casamento com a controladora filha do seu chefe e prestes a se tornar sócio no escritório de advocacia, o certinho Jason Kelly (Zac Efron) é incumbido de conduzir a contragosto seu desbocado avô Dick (Robert De Niro), um assanhado ex-general do Exército que acabou de ficar viúvo, até Boca Raton, na Flórida.

Esse reencontro entre avô e neto é divertido e com muitos clichês. Com um roteiro simples e objetivo, o filme cumpre a sua função. Além de entreter o público as boas e velhas mensagens sobre relacionamentos e família.

O que chama atenção é o vocabulário “exemplar” de Dick Kelly (Robert De Niro), mesmo sendo grosseiro em alguns momentos, o personagem consegue arrancar gargalhadas do público. 

Robert De Niro e Zac Efron tem ótima quimica em cena. A dupla funciona muito bem!

É claro que o filme aproveita a imagem de Zac Efron, utilizando dos seus dotes físicos, mas o carisma de ambos os atores (além do talento, obviamente) atrairá o público jovem e adulto.

Não esqueça a pipoca!



A ESCOLHA POR ANDREA CURSINO


Travis Parker (Benjamin Walker) tem uma vida confortável, um bom emprego, amigos leais e uma casa em pequena cidade costeira. Ele busca diariamente viver plenamente e acredita que um relacionamento sério limitaria o seu estilo de vida. Isso até que Gabby Holland (Teresa Palmer) se muda para a casa ao lado. Mesmo que ela tenha um namorado, a moça o instiga logo de cara e faz com que os dois se entreguem a uma relação que nenhum deles esperava. Baseado em romance do autor Nicholas Sparks.

O universo romântico e dramático de Nicholas Sparks nos mostra a história de Travis que tem uma escolha para fazer. Para entender o porque é tão difícil decidir, vamos conhecer a história desde o princípio. E o elenco foi bem escolhido para contar essa história.

Para começar, o protagonista é vivido por Benjamin Walker que fez Abraham Lincoln em Abraham Lincoln o Caçador de Vampiros e recentemente "No Coração do Mar". As mocinhas são vividas por Tereza Palmer e Alexandra Daddario. Umrival vivido por Tom Wellling, mais conhecido como superboy de Smallville. E como não poderia ser diferente, todo filme que se preze tem um nome de peso, e aqui o nome é Tom Wilkinson. Estão todos bem! Uma pena que Alexandra Daddario não foi tão bem aproveitada no filme. Mas mesmo com poucas aparições e falas, ela fez um bom trabalho! Tereza Palmer também fez um bom trabalho.

O filme tem uma boa qualidade técnica como fotografia, cenários,  montagem e tem um ritmo interessante.

Esse é um filme para os fãs do gênero. 


O REGRESSO POR ROMULO DE SÁ PEREIRA


Dirigido e escrito em parceria com Mark L. Smith e a partir do livro de Michael Punke por Alejandro González Iñarritu, (vencedor do Oscar ano passado por “Birdman”), “O Regresso” já estreia como, o grande favorito para a premiação. Afinal, foi indicado a 12 estatuetas e já levou o Globo de Ouro de Melhor Drama, Melhor Direção e Melhor Ator, para Leonardo DiCaprio. Mas, apesar de toda a badalação, o longa não é para isso tudo.

Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é um explorador nos Estados Unidos do século XIV e trabalha como guia para uma companhia de caçadores de pele nas florestas geladas da Dakota do Sul. Seu filho Hawk (Forrest Goodluck), fruto do relacionamento com uma índia, está sempre ao seu lado. Depois de sobreviver ao ataque de um urso, Glass que fica entre a morte e convalescença, vê seu filho ser assassinado por aquele que deveria lhe cuidar, John Fitzgerald (Tom Hardy), e abandonado para morrer em uma cova rasa. A partir daí, o protagonista parte numa jornada de sobrevivência e vingança, atravessando centenas de quilômetros em busca de seu algoz.

“O Regresso” é belíssimo! Mais um trabalho de mestre do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki. São planos de paisagens de tirar o fôlego, cenas de ação em plano sequência incrivelmente orquestrados (principalmente a que abre o filme, com flechas entrando por um lado do quadro, índios pelo outro e os caçadores perdidos no meio de todo o terror), além da luta com o urso, embasbacante. Porém por outro lado, e isso não é demérito algum, não há nada ali que Lubezki já não tenha feito (principalmente em “Filhos da Esperança”, talvez ainda seu melhor trabalho).

Di Caprio também está incrível. Ele convence como o sobrevivente que luta a cada segunda pela sobrevivência e passa toda a emoção, tristeza e raiva, através dos olhar, de quem perdeu a pessoa mais importante de sua vida e está com sede de vigança (a cena em que ele está imobilizado e vê, como os olhos vidrados, seu filho ser assassinado é prova disso). Mas, por fim, o grande problema de “O Regresso” é que, ao apostar todas as suas fichas nas cenas de luta pela sobrevivência, o filme se torna uma sinfonia de uma nota só. Apesar de nos relacionarmos e sentirmos com o homem que faz de tudo para se agarrar à vida, pouco sabemos sobre quem ele realmente é. 


O FILHO DE SAUL POR ALÊ SHCOLNIK



O filme conta a história de Saul Ausländer, membro húngaro do Sonderkommando, o grupo de prisioneiros judeus que foram isolados do acampamento e são forçados a ajudar os nazistas no maquinário de extermínio em grande escala. Enquanto trabalha em um dos crematórios, Saul descobre o corpo de um menino que ele identifica como sendo de seu filho. Como o Sonderkommando planeja uma rebelião, Saul decide realizar uma tarefa impossível: salvar o corpo da criança das chamas, encontrar um rabino para recitar o Kadish e oferecer ao menino um enterro apropriado.

Filme cru e forte na sua essência, capaz de levar o espectador ao delírio ensurdecedor do Holocausto. “Filho de Saul” é literalmente a aura de incômodo, sem filtros, com a grandiosa atuação de Géza Röhrig!

A sensação de presenciar a saga de Saul através do seu olhar, nos transporta para um filme inquietante e sufocante.

Autoral ao extremo, o diretor  László Nemes faz uso de belos ângulos de câmera. “Filho de Saul” é de tirar o fôlego a cada mudança de foco! 

Vencedor do Grand Prix do Festival de Cannes e do Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Estrangeiro, “Filho de Saul” é um retrato de dor e caos do ser humano. 

O filme é um dos candidatos ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.