truque de mestre

X MEN

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sábado, 30 de maio de 2015

MISS JULIE POR ALÊ SHCOLNIK


Baseado na clássica peça homônima, de August Strindberg, Liv Ullman leva as telas a relação entre a filha de um Barão com seus empregados. Um deles é Jean (Colin Farrell), que é incentivado à seduzi-la.

A peça é transportada para as telas completamente! Tudo em cena é muito teatral, o texto é fiel ao clássico o que não se adapta aos dias de hoje, infelizmente.

O filme se passa no verão de 1890, durante uma marcante noite no Condado de Fermanagh, onde Chastain interpreta brilhantemente uma instável filha da aristocracia anglo-irlandesa. 

Escrito e dirigido pela lendária atriz Liv Ullmann, “Miss Julie” peca na falta de ritmo e de dinamismo, o que segura o filme são as ótimas atuações de Colin Farrell, Samantha Morton e Jessica Chastain, que está impecável em cena!


quarta-feira, 27 de maio de 2015

TROCANDO DE PÉS POR ALÊ SHCOLNIK


Se você está esperando as típicas comédias pastelão estreladas por Adam Sandler, esqueça!

Adam Sandler tem melhorado seus papeis com papéis mais complexos, deixando de lado aqueles personagens de homem de trinta, que tem complexo de adolescente irresponsável, é exatamente o que acontece em “ Trocando de pés”.

Nessa nova produção, somos agraciados com uma boa história e um simples roteiro e redondinho, nele o personagem do ator  tem carga dramática, o que exige do ator um novo lado que estamos começando a conhecer, uma boa atuação (“Homens, mulheres e filhos, “Click” e “Reine sobre mim”).

Tudo é bem encaixado, do drama às piadas, além de prender a atenção do espectador .

Como é de praxe Steve Buscemi está no longa, mas dessa vez, em um personagem contido e responsável, (não se assuste!) e a participação de Dustin Hoffman é emocionante e de arrancar lágrimas. Seu personagem tem um papel importante na trama.

O filme pode até ter uma pegada meio fantasia non-sense, tem um certo quê de “Click”  e uma certa homenagem à cultura judaica, alias o filme é cheio de elementos judaicos, desde o roteiro à trilha sonora.


Vale a pena conferir! Não esqueça a pipoca (e o lenço)!


PROMESSAS DE GUERRA POR ALÊ SHCOLNIK

A primeira obra cinematográfica dirigida pelo ator Russel Crowe chega aos cinemas!

Um pai de família, do interior da Austrália, viaja à Turquia para descobrir qual foi o destino de seus três filhos, desaparecidos na Batalha dos Dardanelos, a campanha dos Aliados para derrubar o Império Otomano na Primeira Guerra Mundial.

Conhecida também como Batalha dos Dardanelos, essa disputa ocorreu de 25 de abril de 1915 à 9 de janeiro de 1916, na península de Galípoli, Turquia,  foi uma das campanhas mais trágicas da Guerra das Guerras.

A obra não adiciona nada de original ao gênero, ainda assim, é um drama de guerra eficiente por abordar um assunto muito pouco explorado nos cinemas.

Mesmo que inspirado em fatos reais, o filme é cheio de momentos clichês e diálogos previsíveis.

Crowe, ao contrário do que estamos acostumados, está leve em cena e na direção também. O ator que normalmente, veste personagens pesados, agrada tanto na direção e na atuação, junto com os movimentos de câmera são pontuais e precisos.

Entre a Fotografia estupenda e belas paisagens, uma edição de som bem feita e Direção de Arte e figurino bem compostos, o filme com certeza terá indicações ao prêmios técnicos do Oscar do ano que vêm. Já a trilha sonora segue ladeira à baixo, com seus exageros.

Bom filme!


PERMANÊNCIA POR ALÊ SHCOLNIK


O preparador de elenco de “O Som ao Redor“, Leonardo Lacca realiza a sua estreia em longa-metragem com um roteiro de sua própria autoria inteiramente ambientado em São Paulo.

O filme é a continuação do curta “Décimo segundo” do diretor, que  conta a história de Ivo, um fotógrafo do Recife, que vai fazer uma exposição em São Paulo e se hospeda na casa da ex-namorada Rita, hoje casada com outra pessoa e com a vida estabilizada.

“Permanência” tem um quê de “O som ao redor” na sua dinâmica. É um filme pontuado por vazios, por silêncios ensurdecedores.

Filmes fotográficos são revelados e as manchas de café surgem como memórias permanentes do passado, assim o filme aborda o reencontro dos dois e os efeitos desse encontro. De alguma forma a relação de Ivo e Rita ainda existe, e sempre existirá, mas o afastamento foi inevitável, e seria em qualquer circunstância. O que resta é lidar com a permanência do sentimento.

A trama é firme e segura, tem um conceito narrativo bem construído e envolvente.

longa pernambucano foi o vencedor do 19º Cine PE Festival do Audiovisual, conquistando os prêmios de melhor filme, atriz (Rita Carelli), atriz coadjuvante (Laila Pas), ator coadjuvante (Genésio de Barros) e diretor de arte (Juliano Dornelles).


TERREMOTO: A FALHA DE SAN ANDREAS POR ALÊ SHCOLNIK




Depois que a famosa “Falha de San Andreas” finalmente cede, provocando um terremoto de magnitude 9 na Califórnia, um piloto de helicóptero de busca e resgate é obrigado a fazer junto com sua ex-esposa, o caminho de Los Angeles para São Francisco, tentando salvar sua única filha, porém a jornada é traiçoeira .

Filmado em locações em Gold Coast e Brisbane, que ficam em Queensland, na Austrália, e em Los Angeles e São Francisco, “Terremoto: A Falha de San Andreas” é o típico filme catástrofe com os velhos clichês do gênero. Dirigido por Brad Peyton, o filme tem um roteiro previsível e ótimas tiradas nos diálogos.

Tanto a equipe criativa e fotográfica estão de Parabéns! O filme que exige bastante dos Efeitos Visuais, depende completamente deles para acontecer. Alias, só tem tops de linha por de trás das câmeras: o diretor de fotografia Steve Yedlin (“Looper – Assassinos do Futuro”), o designer de produção Barry Chusid (“O Dia Depois de Amanhã”), o editor Bob Ducsay (“Godzilla”), o produtor de efeitos visuais Randall Starr (“No Olho do Tornado”) e o supervisor de efeitos visuais Colin Strause (“Os Vingadores”).

O filme e cumpre bem a função de entreter, e daria um ótimo brinquedo na Disney!

Não esqueça o seu combo!

P.S. Recomendo ver em Imax.



domingo, 24 de maio de 2015

CRIMES OCULTOS POR ALÊ SHCOLNIK


Baseado na aclamada obra do escritor britânico Tom Rob Smith, “Criança 44” é o primeiro livro de uma trilogia envolvendo o personagem Leo Demidov – que segue com “The Secret Speech” e “Agent Six”.

A trama situa a história na Rússia Soviética de Stalin, durante a década de 1950 e também apresenta a caçada ao maníaco Andrei Chikatilo (no filme modificado para Vladimir Malevich), que ficou conhecido como o Estripador de Rostov, o Açougueiro de Rostov e o Estripador Vermelho, que  foi condenado e executado pela morte de 52 crianças.

No meio disso, existe a possibilidade da esposa do protagonista fazer parte de algum esquema alternativo ao governo. O casamento precisa ser mantido em segredo, e quando a dúvida de traição recai sobre a mulher, o protagonista se vê com um grande peso nos ombros: privilegiar o amor, mesmo correndo o risco de estar enganado, ou seguir com os deveres patrióticos?

Assim Demidov é relocado para uma pequena cidade, longe de Moscou. A fragilidade do relacionamento dos personagens de Hardy e Rapace dentro do regime ditatorial daria um filme por si só, mas “Crimes Ocultos” ainda reserva outras subtramas, ai começa o grande problema do filme.

O principal defeito do filme de Daniel Espinosa (“Protegendo o Inimigo“) é a falta de foco, diante das histórias à serem contadas, falta equilíbrio e dinâmica.

A construção dos personagens, suas motivações e arcos (em especial da dupla protagonista) são fortes. No entanto, “Crimes Ocultos” (com seus 137 minutos) parece nunca conseguir se desamarrar estruturalmente do lugar comum.

“Crimes Ocultos” fica entre um thriller policial e um drama tendendo ao suspense, mas por problemas no roteiro de Richard Price (“O Preço de um Resgate“), que não cria cenas verdadeiramente memoráveis, o filme se perde, mesmo com coadjuvantes de luxo como Gary Oldman, Joel Kinnaman, Jason Clarke e Vincent Cassel.



quarta-feira, 20 de maio de 2015

A INCRÍVEL HISTÓRIA DE ADALINE POR ALÊ SHCOLNIK



O que você faria se o seu corpo jamais envelhece-se? Quantos dilemas você enfrentaria? A vida deixaria de ter graça em algum momento?

“A incrível historia de Adaline” conta a história da jovem Adaline Marie Bowman, que nasceu no primeiro dia do ano de 1908. Ela viveu todas as experiências da infância, da juventude e do início da vida adulta como qualquer pessoa de sua época. Namorou, casou, teve uma filha, construiu uma família, até que em meados dos anos 1930, sofreu um acidente de carro, que a fez imune à devastação do tempo e não envelheceria mais nenhum dia. Depois de anos de uma vida solitária, ela conhece um homem que despertará sentimentos adormecidos, que mudará sua história para sempre.

Com um quê de “O curioso caso de Benjamin Button”, o filme está longe de ser uma grande produção. “A incrível historia de Adaline” tem uma premissa boa que poderia ser muito melhor trabalhada, mas acaba indo para o gênero romance, deixando de lado a oportunidade de se fazer um boa história com um bom roteiro (mesmo com a explicação física e biológica para a “mágica” do filme). O longa é simples, bonitinho e conveniente para o público feminino, que vai adorar.

Com direção de Lee Toland Krieger (“Celeste e Jesse Para Sempre”), “A incrível história de Adaline” possui Direção de Arte e o figurino são impecáveis, como em “O curioso caso de Benjamin Button”e a atuação de Blake Lively que está bem no papel e consegue nos emocionar.


O VENDEDOR DE PASSADOS POR ALÊ SHCOLNIK



Baseado na obra do escritor angolano, “O Vendedor de passados” inspira o filme homônimo, com direção de Lula Buarque de Holanda, e protagonizado por  Lázaro Ramos (premiado no 19° CinePE) e Alinne Moraes.

A adaptação conta a história de Vicente, que ganha a vida de um jeito inusitado: vende passados para clientes que desejam modificar sua história. Até que surge uma linda e misteriosa mulher, com um pedido muito especial: sem dar a Vicente nenhuma informação de sua história, ela encomenda um novo passado, partindo do zero. Sua única exigência é ter cometido um crime.

Com uma breve lembrança de “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”,  “O Vendedor de Passados” tem uma proposta interessante, mas que poderia ser melhor finalizada. A produção perde o rumo próximo ao fim, sensação que fica perceptível pelo corte brusco da narrativa. 

O filme transita por diversos gêneros, talvez seja esse o grande pecado dele, mesmo tendo traços de comédia e romance, o que dá até uma certa leveza, ele deixa a sensação de que falta algo no ar.

Com boas atuações (a carga dramática dos personagens é boa), uma Direção de Arte que chama atenção pelos objetos colecionáveis, (é um momento delicioso de se ver!!!), a produção é rica em detalhes, sem dúvida alguma, um belíssimo trabalho de objetos cênicos envolventes que de fato ajudam o espectador a “entrar” no filme, já a trilha sonora é completamente desconexa com o filme.

Sem dúvida alguma, é um filme sobre fragmentos, uma reflexão sobre a construção da memória e seus equívocos.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

UM POMBO POUSOU NUM GALHO REFLETINDO SOBRE A EXISTÊNCIA POR ALÊ SHCOLNIK


Como um Don Quixote e um Sancho Panza modernos, Sam e Jonathan estão cansados da vida que estão vivendo como caixeiros-viajantes. Eles vendem objetos inovadores e artefatos engraçados que mostram uma percepção sobre o mundo caótico do presente, o passado e o futuro – um mundo de sonhos e fantasias.

Os dois nos conduzem por uma jornada caleidoscópica através do destino humano. É uma viagem que revela a beleza de momentos únicos, a insignificância de outros, o humor e a tragédia escondidos dentro de nós, a grandeza da vida e a derradeira fragilidade da humanidade. Vidas diversas e circunstâncias que desfilam à nossa frente, nos lembrando ambas da grandeza da vida e da vulnerabilidade do homem.

O filme vencedor do Festival de Veneza 2014, nos conduz por uma jornada caleidoscópica através do destino humano. É uma viagem que revela a beleza de momentos únicos, a insignificância de outros, o humor e a tragédia escondidos dentro de nós, a grandeza da vida e a derradeira fragilidade da humanidade. 

O filme critica a mesmice da raça humana e como clássico do diretor apresenta um humor negro, junto à reflexão. Vale a pena conferir!


MAD MAX: FURY ROAD POR ALÊ SHCOLNIK


MAD MAX está de volta em forma de reboot! Agora com  Tom Hardy no papel que foi de Mel Gibson, o filme volta as telas do cinemas, bem mais violento que o primeiro.

Os planos para o novo filme da franquia Mad Max sofreu, por 25 anos, dificuldades financeiras para ser iniciado. Em 2003, o cineasta George Miller (diretor dos quatro filmes) anunciou que o roteiro para o filme tinha sido escrito, e que a pré-produção estava nos estágios iniciais. Agora, doze anos depois o filme, enfim, chega as telas.

Numa paisagem desértica e pós-apocalíptica a humanidade luta por suas vidas. Uma dessas pessoas é Max, um homem durão e de poucas palavras. Assombrado por seu passado turbulento, ele acredita que a melhor maneira de sobreviver é vagar sozinho, no entanto, é levado por um grupo em fuga através de Wasteland em um carro de guerra dirigido por Furiosa (Charlize em ótima atuação!), uma mulher de atitude que acredita poder sobreviver ao cruzar o deserto de volta para sua terra natal, em busca de redenção e esperança.

Com um roteiro direto e objetivo (em outras palavras, fraco), boas atuações e uma direção competente, o filme agrada o espectador.


A fotografia é impecável, junto com a paisagem local, os Efeitos Visuais são espetaculares, junto com a maquiagem exuberante e a caracterização dos atores, assim o filme entretêm do começo ao fim, você nem sente o tempo passar.


Blockbuster de primeira! Não esqueça a pipoca!

P.S. Recomendo ver em IMAX!


DIVÃ À 2 POR ALÊ SHCOLNK



Se você está pensando que irá ao cinema ver a continuação do filme estrelado por Lilia Cabral, esqueça?

O filme, ao contrário do que muitos podem pensar, não é uma continuidade de “Divã”.

O diretor Paulo Fontenelle é quem senta no lugar de José Alvarenga Jr., uma mudança que nada agrega. Se no primeiro filme a quarentona Mercedes (Lília Cabral) teve certas incertezas quanto à felicidade depois de procurar um analista, em “Divã à 2” a crise afeta um jovem casal que decide resolver as diferenças com terapia.

As semelhanças entre os dois longas param no título, apagando qualquer vestígio do texto original de Martha Medeiros.

“Divã à 2” conta a história de Eduarda e Marcos, um casal em crise que recorre à terapia para tentar salvar a relação de dez anos. A narrativa intercala depoimentos de Eduarda e Marcos ao terapeuta, separadamente com as situações do dia-a-dia, que com o tempo desgastaram a relação, lembrando ta montagem de “Sr. e Sra Smith” com Brad Pitt e Angelina Jolie.

Vanessa Giácomo e Rafael Infante, desempenhando o papel do casal que resolve digerir seus problemas familiares, estabelecem uma sincronia tão saborosa quanto um copo de água. Insípido e na temperatura ambiente. Eduarda é uma ortopedista super comprometida com as complexidades do esqueleto humano, enquanto Marcos ocupa seus dias como produtor de eventos. Cientes da estagnação do casamento, os dois decidem pela separação. Ponto de ruptura que funciona como porta de entrada para as velhas mesmices.

Para captar o interesse do espectador, o roteiro recorre a uma virada que até consegue sacudir o marasmo, mas nada tão efetivo a ponto de tirar o filme do limbo da banalidade.



sexta-feira, 8 de maio de 2015

ESTRADA 47 POR BRUNO GIACOBBO


Por alguma destas coincidências, A Estrada 47, filme sobre a participação de um grupo de soldados brasileiros na Segunda Guerra, de Vicente Ferraz, chega aos cinemas na mesma época que o jornalista William Waack relança "As Duas Faces da Glória", livro que desmistifica a participação do Brasil no mesmo confronto. Repórter competente, ele foi à Europa entrevistar sobreviventes, revirou arquivos e jornais até esbarrar em uma verdade inconveniente: a de que os militares que tomaram o poder em 64 engrandeceram os feitos tupiniquins em solo italiano com a intenção de usá-los como bandeira do novo governo. Não que os pracinhas não tenham tido nenhum mérito, tiveram, sim. Por outro lado, muitos soldados do outro lado do fronte desconheciam a participação dos nossos compatriotas.

Mesmo que em determinados momentos fique claro, de acordo com a fala de alguns personagens estrangeiros, o desconhecimento em relação à presença dos brasileiros na guerra, Ferraz não fez um filme totalmente alinhado com o livro de Waack. Contudo, isto não quer dizer que o cineasta tenha seguido a cartilha da maioria das obras de Hollywood e realizado uma louvação à pátria da qual os milicos da ditadura se orgulhariam. Não. Seu longa-metragem se posiciona em uma zona neutra, onde o mais importante não são os tiros, escassos e resumidos a praticamente duas cenas. Seu foco é o destino de cinco bravos homens, tenente Penha (Julio Andrade), sargento Laurindo (Thogum Teixeira), Guima (Daniel de Oliveira), Piauí (Francisco Gaspar) e o jornalista Rui (Ivo Canelas); em meio à missão de desbloquear uma estrada minada, eles lutam por algo muito maior: sobreviver.

Ao optar por contar esta história, o diretor evoca um dos melhores e menos conhecidos filmes de guerra: "Agonia e Glória" (1980), do cineasta maldito Samuel Fuller. As semelhanças entre ambos são evidentes. Cinco homens e a luta pela sobrevivência. Tudo narrado pelo prisma de um deles, neste caso, o personagem de Daniel de Oliveira. Outra semelhança é o capricho técnico das duas produções. Assim como no clássico americano, A Estrada 47 foi rodada no local onde a trama se desenrola, a Itália. Não foi poupado um único centavo nesta que é a primeira superprodução deste tipo feita por aqui. Logo, uma película única na cinematografia nacional em que o belo trabalho de design de produção e a fotografia (um pouco escura apenas na cena inicial) ajudam a mergulhar o espectador no clímax da ação.   

Com roteiro de autoria do próprio Ferraz, reside aí o calcanhar de Aquiles do longa-metragem: os diálogos, que vão do tosco ao comovente com imensa facilidade. Em seu melhor momento, em uma tomada feita dentro de um tanque, Piauí e sargento Laurindo usam o futebol como linguagem universal para se entenderem com um prisioneiro alemão (Richard Sammel, que atuou em ‘Bastardos Inglórios’, 2009, de Tarantino). Infelizmente, em outras passagens, o texto abusa de um humor forçado, e até inconveniente, para situações de grande tensão. No entanto, nada capaz de ofuscar o brilho de um raríssimo exemplo de filme de gênero feito no Brasil.

Desliguem os celulares e ótima diversão.               

Crítica também publicada no Blah Cultural


quinta-feira, 7 de maio de 2015

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO POR ALÊ SHCOLNIK

Inspirado no longa  sérvio “Morte de um homem nos Bálcãs”, conta a história de como os vizinhos reagem a um suicídio no prédio. Cheio de situações inusitadas e divertidas, o filme cumpre bem a função de entreter seu espectador.

Um filme tecnicamente simples, filmado em um único plano sequência. A trama se desenrola na frente da câmera como um teatro filmado, (o enquadramento só é mudado quando “acidentalmente” um dos personagens “esbarra” na câmera, alterando assim o ângulo e o campo mostrado).

Os personagens entram e saem rapidamente da trama, tudo com muita agilidade em cena.

As atuações de fato são o ponto alto, todos estão muito bem em cena. O elenco sustenta bem seus personagens (mesmo que caricatos).

Com uma proposta interessante, o filme é dinâmico e divertido, vale a pena conferir!


quarta-feira, 6 de maio de 2015

O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD 2 POR ALÊ SHCOLNIK


As folhas não precisam cair para a vida ter continuidade.

Em “O Exótico hotel Marigold 2” somos agraciados com a volta desses personagens carismáticos e muito reais, em um sequência apaixonante!

Para quem não lembra, o primeiro filme conta a história de um grupo de aposentados britânicos que decide transferir suas aposentadorias para a Índia, local mais econômico e, aparentemente, exótico. Atraídos por anúncios do recém-restaurado Hotel Marigold e seduzidos com visões de uma vida de lazer, eles chegam para encontrar no palácio um espelho de suas vidas. Embora o novo ambiente seja menos luxuoso do que imaginavam, eles serão transformados por suas experiências compartilhadas, descobrindo que a vida e o amor podem começar de novo quando se deixa de viver no passado.

Nessa sequência, Sonny está de olho em uma promissora propriedade, agora que o seu hotel para idosos necessita expandir. O filme acompanha o sonho de expansão de Sonny, que não está sabendo administrar seu tempo, ao mesmo tempo que o planejamento do seu casamento parece estar em situação iminente.

A química dos atores em cena continua a mesma, funciona perfeitamente, como no primeiro filme A continuação nos propicia ver a continuação da vida desses personagens que nos conquistaram na época.  É lindo e emocionante, com algumas boas lições de vida!

O filme tem bons diálogos, sempre com um toque de humor, boas atuações, uma fotografia bonita e uma trilha sonora peculiar e contagiante.

Mesmo tendo seus clichês, o filme não deixa ser verdadeiro em seus discursos sobre a vida.

A jornada da vida é feita de escolhas. Não há presente maior que o tempo.

Bom filme!


O FRANCO ATIRADOR POR ALÊ SHCOLNIK




Depois de uma longa carreira como um atirador de elite, Martin Terrier pretende se aposentar e passar o resto da vida ao lado de sua amada, mas quando ele descobre que está sendo traído por pessoas de sua confiança, Martin começa uma viagem por toda Europa para acertar as contas com cada homem que tentou trapaceá-lo.

Baseado na obra “The Prone Gunman" de Jean-Patrick Manchette, “ O Franco atirador"  é uma rede de intrigas violenta que até conta com cenas bem dirigidas como a luta entre Sean Penn e Javier Bardem, (alias, ótimas atuações durante toda a projeção) mas o longa não cumpre a sua função, a história é mal adaptada e mal contada. O filme tem um foco maior nas cenas de ação e violência, assim menosprezando a história.

O livro foi considerado uma obra-prima do autor, em 2002  pelo New York Times, mas o filme está longe de ser o que livro é, enquanto o livro é cheio de estilo, o longa foge completamente da sua proposta.

A trilha sonora é uma das poucas coisas boas do filme (além das atuações de Sean Penn e Javier Bardem), pontual e tensa, consegue instigar o espectador.

Falando em Sean Penn, o ator está grande e forte em cena, haja malhação.

Bom Filme!


sábado, 2 de maio de 2015

ENTRE ABELHAS POR ALÊ SHCOLNIK


Coisas estranhas começam a acontecer na vida de Bruno, um jovem de quase 30 anos que acaba de se separar da mulher. Bruno tropeça no ar, esbarra no que não vê – até perceber que as pessoas ao seu redor estão desaparecendo só para ele. Os dias correm e a situação só piora. Com a ajuda da mãe e do melhor amigo, Bruno tentará se adaptar a esse novo mundo com cada vez menos gente.

Estreante em longas-metragens, o diretor Ian SBF mostra bastante segurança e toma decisões acertadas para dar um clima de mistério para a trama de “Entre Abelhas”. O texto, escrito pelo protagonista apresenta algumas irregularidades, como situações que terminam com resoluções ruins ou sem explicação mesmo, um exemplo disso é quando acontece um atropelamento na história e o espectador fica sem saber exatamente o destino da pessoa acidentada.

O filme apresenta uma história dramática e madura, algo que não estamos acostumados a ver na pele de Fabio Porchat.  Longe de ser uma comédia com risos largados, em meio a uma trama que joga pistas, mas nunca chega a algo mais conclusivo, o humor  até faz parte do texto, mas bem diferente do que se vê em Porta dos Fundos”. 

Irene Ravache, como de costume, tem uma ótima atuação e faz uma boa parceria com Porchat. Fábio procura aproveitar a chance para se mostrar mais do que um simples comediante com seu papel e consegue revelar uma nova faceta, já Marcos Veras não faz nada diferente do que já apresentou anteriormente, embora até consiga divertir em alguns momentos.

O filme tem boas sequências dos momentos em que o protagonista se encontra sozinho em várias partes da cidade, evidenciando o seu isolamento social,  o que nos lembra um pouco o filme “Vanilla Sky” estrelado por Tom Cruise.

A boa montagem encontra soluções eficazes, especialmente nas passagens de tempo da história.O resultado final está acima da média das produções voltadas para as grandes massas do nosso país com uma trama que intriga, mas também diverte.

Agora, a pergunta que não quer calar: Até que ponto a gente sabe que existe?