truque de mestre

X MEN

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

CAÇADORES DE EMOÇÃO: ALÉM DO LIMITE POR ALÊ SHCOLNIK


Um jovem agente do FBI (Luke Bracey) tem como missão se infiltrar em meio a atletas de esportes radicais, suspeitos de cometerem uma série de roubos nunca vistos até então. Não demora muito para que ele se aproxime de Bodhi (Édgar Ramirez), o líder do grupo, e conquiste sua confiança.

Com a proposta de fazer um remake de “Caçadores de Emoção”, sucesso dos anos 90, “Caçadores de Emoção – Além do limite” foge completamente da essência do filme. Além disso, conta com um roteiro fraquíssimo (se é que se pode chamar de roteiro!)  Não existe construção de personagem, a narrativa é fraca (alias, tudo soa falso), os diálogos são previsíveis e pífios junto com as péssimas atuações. O que se salva no filme são os jogos de câmeras nas sequências de esportes radicais, a Fotografia, os Efeitos Especiais e as belas paisagens. A montagem junto com os Efeitos funciona bem e impressiona, mas durante a projeção também somos “agraciados” com momentos de clipes musicais, alias, já que estamos falando de música, a trilha sonora é completamente desconexa com a proposta do filme.

Enfim, é preciso coragem para se propor a fazer um remake seja lá do filme que for, e se for faze-lo, tenha talento, algo que falta no diretor Ericson Core.

O longa poderia ser muito bem vendido como um filme de esportes radicais misturando crenças espirituais, mas parece que carregar o nome Keanu Reeves e Patrick Swayze trará muito mais bilheteria aos estúdios, já que seu orçamento é do gênero milionário.
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Bom filme e não esqueça a pipoca!


PAI EM DOSE DUPLA POR ALÊ SHCOLNIK


Chega aos cinemas a comédia “Pai em Dose Dupla”, estrelada por Will Ferrell e Mark Wahlberg. Dirigido por Sean Anders (“Quero matar meu chefe 2”, “A Ressaca”) o filme segue a velha fórmula pai vs. padrasto no estilo comédia com final feliz.

O longa conta a história de Brad (Will Ferrell), um pacífico executivo de rádio que se esforça para se tornar o melhor padrasto para os dois filhos de sua esposa. As complicações começam quando Dusty (Mark Wahlberg), o descontraído e aproveitador pai verdadeiro, aparece, forçando-o a competir pela afeição das crianças. 

Com um roteiro simples, amarradinho, com diálogos divertidos e boas tiradas (capaz de sacanear momentos clichês, do gênero), “Pai em dose dupla” ainda consegue falar sobre a questão da virilidade nos contrastes entre os personagens paternos. Enquanto Wahlberg é carismático, jovem e cheio de vigor, Will Ferrell se veste e se comporta de forma passiva.

Linda Cardellini e as crianças (fofas e cativantes), são o grande contraponto dessa história, trazendo equilíbrio ao eixo central, assim trazendo os velhos e bons ensinamentos sobre família, no final.

“Pai em dose dupla” é a típica batalha entre padrasto e pai numa versão hilariante e nada discreta.  É risada garantida! 

O filme ainda conta com a participação especial da modelo brasileira Alessandra Ambrósio.


ANOMALISA POR ALÊ SHCOLNIK


Depois de passar pelo Festival de Veneza, onde ganhou o Grande Prêmio do Júri e pelo Toronto International Film Festival, a animação "Anomalisa" estreia em terras brasileiras. 
Com roteiro e direção de Charlie Kaufman (diretor de "Sinédoque, Nova York" e roteirista de "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças", "Adaptação" e "Quero Ser John Malkovich"), "Anomalisa" nos transporta para o mundo depressivo do protagonista.
Feito todo em  stop-motion, o filme conta a história de Michael Stone, autor de "Como Posso Ajudá-lo a Ajudá-los?", uma espécie de celebridade do mundo corporativo, que está incomodado com a rotina da sua vida. Durante uma viagem para Cincinnati, onde está programado para dar uma palestra, ele é surpreendido pela própria mente e ao descobrir uma possível escapada de seu desespero: uma mulher chamada Lisa, uma despretensiosa representante de vendas, que pode ou não salva-lo de sua rotina frustrante.

O ritmo do filme incomoda, são 90 minutos que poderiam ser reduzidos na duração de um curta ou média-metragem, alias toda a estrutura do filme desde a narrativa aos personagens, pede isso. A estética é muito bem construída junto com a trilha sonora que é baseada em instrumentos de corda de Carter Burwell.

"Anomalisa" é capaz de mexer com o espectador por conta da sua temática.
As vozes dos personagens são de Jennifer Jason Leigh ("Mulher Solteira Procura" e "Sinédoque, Nova York") como Lisa e David Thewlis ("A Teoria de Tudo") como Michael. Tom Noonan (série "12 Monkeys") faz a voz de todos os outros personagens.

O filme foi financiado com a ajuda do público, fã de Kaufman, através de crowdfunding.





TRUMBO: LISTA NEGRA POR ALÊ SHCOLNIK



Baseado em fatos reais, TRUMBO: LISTA NEGRA conta a história do roteirista Dalton Trumbo. Figura exuberante, que esteve no epicentro de um dos períodos mais tumultuados da história americana, apesar da notoriedade como escritor e do apogeu como o mais bem pago roteirista de sua época, criador de épicos como Exodus, Spartacus e Papillon, teve seu trabalho premiado por A Princesa e o Plebeu e Arenas Sangrentas, ambos ganhadores do Oscar por roteiro original.
  
Com uma história singular em Hollywood, Dalton se recusou a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas do congresso, e acabou preso e proibido de trabalhar. Mesmo quando saiu da prisão, Trumbo demorou anos para vencer o boicote do governo, enquanto sofreu com vários problemas envolvendo familiares e amigos.

Em 1947, o jornal The Hollywood Reporter divulgou uma série de nomes de vários profissionais do cinema americano supostamente envolvidos com o comunismo. Todos os olhares do Congresso dos Estados Unidos se voltaram para a possibilidade de comunistas e simpatizantes estarem sutilmente instigando sua propaganda nos filmes de Hollywood.

O filme se inicia nos anos 30, quando o governo americano considera o comunismo, uma conspiração contra a democracia. Período sombrio que punia os artistas e a população por suas crenças politicas (qualquer semelhança é mera coincidência).

Muitas pessoas perderam seus empregos por serem comunistas, entre elas, estavam dez roteiristas intimados a depor no Comitê de Atividades Antiamericanas, que posteriormente foram chamados de “Os 10 de Hollywood”, Trumbo era um deles. Filiado em 1947,  foi acusado de desacato pelo governo por expressar suas opiniões.

O longa usa do recurso da metalinguagem em alguns momentos, o que nos transporta mais ainda para o universo dele.

O filme conta com a direção competente de Jay Roach , o roteiro é bem adaptado,  os diálogos são inteligentíssimos, seu enredo, timing e ritmo se complementam. Junto a isso tudo ainda tem o grande elenco, super afiado com ótimas atuações. A Direção de Arte é primorosa!
Trumbo morreu ao 70 anos, vítima de um ataque cardíaco.

O filme acaba de ser indicado ao Oscar na categoria melhor ator para Bryan Cranston, além do  Screen Actors Guild Awards (SAG Awards) onde lidera o número de indicações nas categorias: Melhor Elenco, Melhor Ator, para Bryan Cranston e Melhor Atriz Coadjuvante, para Helen Mirren.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

JOY POR ROMULO DE SÁ PEREIRA

A frase “Inspirado por histórias reais de mulheres poderosas e na história de uma, em particular” é o que se vê de cara em “Joy: O Nome do Sucesso”. Joy Mangano (Jennifer Lawrence) é a mulher em particular, empresária e inventora multimilionária, que iniciou sua trajetória no finalzinho dos anos de 1980 ao desenvolver o Miracle Mop, um esfregão que pode ser torcido sem um uso das mãos. O filme é livremente baseado na vida da protagonista nos anos imediatamente anteriores ao sucesso de sua primeira invenção.

Aclamada na infância como brilhante e inventiva por seus parentes, principalmente sua avó Mimi (Diane Ladd), Joy sustenta, em uma casa decrépita, seus dois filhos pequenos e o resto de uma família disfuncional (um dos temas preferidos do diretor e roteirista David O. Russell, de “Trapaça”, “O Lado Bom da Vida” e “O Vencedor”).  Todos vivem debaixo do mesmo teto, além de Joy, Mimi e as crianças, sua mãe Terri (Virginia Madsen), depressiva que passa o dia inteiro assistindo a novelas na televisão, e seu ex-marido Tony (Édgar Ramírez), músico frustrado que vive de favor no porão.

Completam a família a meia-irmã Peggy (Elisabeth Röhm), que guarda mágoa da família por “preferirem” Joy,  o pai Rudy (Robert De Niro), ao mesmo tempo amoroso e crítico, que passa a dividir o porão com Tony, após ser largado por mais uma mulher e Trudy (Isabella Rossellini), nova namorada de Rudy e potencial investidora na empreitada da heroína. Completa a trama Neil Walker (Bradley Cooper), diretor de uma canal de vendas na TV, que dará a chance a Joy de vender seu produto em rede nacional.

Russell escolhe transformar Joy em uma espécie de super heroína, o que torna quase impossível qualquer forma de identificação. Seus problemas são muitos, mas são resolvidos como que com um piscar de olhos. Além disso, o diretor escolheu focar mais na família do que na trajetória da protagonista no mundo dos negócios. O porém aí é que as relações não são nem um pouco aprofundadas. Ele prefere grandes cenas de drama familiar, com discussões, acusações, choros, estresse, tudo isso com a câmera se movimentando para lá e para cá entre os diversos Mangelos. Toda a verborragia é divertida, ainda mais com tantos atores e atrizes talentosos envolvidos, mas, no final, o que vemos é uma representação das novelas a que Terri tanto assiste na televisão.

O que expurga “Joy: O Nome do Sucesso” é seu elenco encabeçado por J. Law, que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Comédia e foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Ela traz para o papel uma energia incrível que, por vezes, faz esquecer os inúmeros problemas do longa.   


A 5° ONDA POR ALÊ SHCOLNIK


Baseado no  primeiro livro da trilogia “A 5° Onda” de Rick Yancey, o longa conta as consequências dos ataques mortais que dizimaram boa parte do planeta Terra, antes da quinta onda.

Cassie tem 16 anos e viu toda a sua vida mudar após a Terra ser invadida e sofrer quatro  ondas de ataque. Vivendo em um ambiente hostil, sem a sua família, ela tem de enfrentar sozinha as consequências da invasão, sem saber em quem confiar. Assim, Cassie corre contra o tempo para salvar o seu irmão mais novo, enquanto se prepara para a inevitável e letal quinta onda.

 O filme de inicio começa bem, porém tudo vai por água abaixo por conta da melação, breguice e festival de frases feitas.

“A 5° Onda” é o típico cinema catástrofe misturando ficção científica e muito romance. O grande problema do filme, é o roteiro clichê, os diálogos desprezíveis e a quantidade de situações previsíveis, com direito a muita forçação de barra dentro de um triangulo amoroso insosso, além dos personagens estereotipados. 

O elenco é bom, porém a direção de J Blakeson deixa a desejar. Não há nada de novo no quesito Efeitos Visuais, alias, a estética do filme é a único ponto forte dele. Já a maquiagem, é impossível não deixar o tamanho exagero no personagem de Maria Bello (Sargento Resnik).

Bom filme!



IRMÃS POR ALÊ SHCOLNIK


As amigas e colegas de trabalho Tina Fey e Amy Poehler chegam ao cinemas com a comédia “Irmãs”.

A ótima química das atrizes de Saturday Night live, nos leva a um filme divertido, mesmo que com um quê de drama.  O foco da trama leva as irmãs  de volta à cidade onde cresceram para um derradeiro fim de semana, antes que a casa da família seja vendida.

Além de  serem obrigadas a limpar seus quartos, a dupla irá reviver os tempos do colégio e assim aprender a viver com as lições de vida. Pois é, é clichê, mas com direito a muitas gargalhadas!

Dirigido por Jason Moore, o filme não sai do lugar comum, o roteiro é fraco e sem personalidade. Os personagens seguem estereótipos do gênero a irmã popular vs a filha perfeita. Os velhos arquétipos estão ali, na cara. O que eleva o nível do longa é a trilha sonora, os diálogos e as atuações cômicas da dupla.

O elenco conta com James Brolin, Diane West, Rachel Draft, Maya Rudolph, , Heather Matarazzo, John Leguizamo e Ike Barinholtz.

Não esqueça o seu combo! Bom filme!


CINCO GRAÇAS POR ROMULO DE SÁ PEREIRA


Uma ação inocente, uma simples brincadeira pode virar o mundo de cabeça para baixo. É isso o que acontece com as irmãs protagonistas de “Cinco Graças”, ou como diz a pequena Lale (Günes Sensoy) na abertura do filme, “em um momento tudo está tranquilo. Depois, a merda”.

É o último dia de aula numa cidadezinha turca na costa do Mar Negro e as cinco (uma escadinha com diferenças de idade de mais ou menos um ou dois anos umas para as outras), resolvem ir para casa andando, pelo caminho da praia. Lá, elas são vistas por uma vizinha enquanto brincam dentro da água de briga de galo com alguns colegas meninos. A fofoqueira conta a avó (Nihal G. Koldas) e ao tio (Ayberk Pekcan) das cinco órfãs que elas estavam “usando os pescoços dos rapazes para se masturbarem”. A partir daí, a casa onde vivem, que sempre estava de portas e janelas abertas, vai se fechando e, mais uma vez como diz Lale, é transformada em uma “fábrica de esposas”.

A grande força do filme (estreia da diretora e roteirista Deniz Gamze Ergüven), está na combinação entre a atuação de Günes Sensoy e suas quatro irmãs, Nur (Doga Zeyneo Doguslu), Ece (Elit Iscan), Selma (Tugba Sunguroglu) e Sonay (Ilayda Akdogan), e a forma como elas são fotografadas. A câmera sempre na mão e os longos takes das cinco juntas, ora esparramadas pelo chão brincando umas com as outras, ora abraçadas em cima da cama, ajuda a dar uma naturalidade incrível à relação das cinco. Lado a lado com o modo como foram filmadas está o que elas entregam em tela. Parece que estamos assistindo a cinco irmãs de verdade, com uma química perfeita.

Por fim, Ergüven usa o cenário da casa para discorrer sobre os inúmeros problemas que as mulheres têm pela frente, dia após dia. Machismo e patriarcalismo, violência sexual e doméstica etc. Enfim, “Cinco Graças” é uma metáfora para todo o cerceamento de liberdade que as mulheres, ainda hoje, enfrentam, seja na Turquia, nos países do Oriente Médio ou em qualquer outro lugar do planeta. 
  

REZA A LENDA POR ROMULO DE SÁ PEREIRA



“Reza a Lenda” é o típico filme costurado de ideias. Muitas, algumas boas, outras nem tanto. O grande problema está na malha que vai juntando umas às outras. Dá até para imaginar a conversa entre produtores e roteiristas: “Vamos fazer uma espécie de Mad Max brasileiro, o Mad Max do Sertão!” “Mas se é no Sertão, poderíamos colocar algumas referências à Lampião e Maria Bonita, né?” “E podemos também falar de religião, sobre fé e crença e a exploração dessas para alcançar o lucro, certo?” “Para dar um ar moderno e aproximar o público, coloquemos também uma jovem da cidade, que cai de pára-quedas no meio de toda a confusão.” E por aí vai, ideia atrás de ideia.

O longa é o primeiro de Homero Olivetti, diretor de comerciais e um dos roteiristas de “Bruna Surfistinha,” de 2011. Nele, Ara (Cauã Reymond) é o líder de um bando de motoqueiros, uma versão moderna dos cangaceiros, que desbrava o Sertão atrás de uma Santa Dourada. Segundo a lenda, a imagem trará a chuva se for devolvida ao seu suposto local de origem. Severina (Sophie Charlotte) é a namorada do anti-herói e é mais uma ciumenta com medo de perder seu homem do que uma forte companheira de amor e guerra. Já Laura (Luisa Arraes) é, assim como Severina, uma personagem de somente uma dimensão. Uma mocinha indefesa, que funciona na trama como uma espécie de moeda de troca e terceira peça de um triângulo amoroso que mal se sustenta.

O texto que abre o filme nos entrega um filme de terror, um potencial slasher nos moldes oitentistas. Logo depois, com a introdução do bando protagonista, passamos a assistir um longa de ação nos moldes do já citado Mad Max. A segunda impressão perdura, mas outros elementos vão sendo adicionados de forma tão displicente (romance, seca e pobreza, religião, política…) que, no final, o que temos é uma massa totalmente inconsistente, sem identidade alguma.


Assim como a narrativa, a fotografia de Marcelo Corpanni também sofre com falta de balanço e identidade. Ora é belíssima, como nos vários planos abertos das motos cortando as estradas do Sertão, nas cenas de ação, bem orquestradas, e na cena de transe lisérgico comandada por Galelo Lorde (Júlio Andrade). E ora beira a pieguice, principalmente nas cenas de transição. Há abuso no uso do time lapse e algumas passagens parecem saídas diretamente de um comercial de roupas ou sapatos femininos. Por exemplo, Severina está em primeiro plano, sentada no chão encostada na parede de um casarão em ruínas, outra personagem está, em segundo plano, sentada no buraco de uma janela e, por fim, um terceiro completa o quadro de pé encostado numa árvore na extremidade direita. No fim, só faltou as letras com o nome da marca e o anúncio da nova coleção de verão, outono ou primavera. 

Além do trio principal, os outros personagens (são diversos) também sofrem com a falta de foco do filme. O vilão Tenório (Humberto Martins), típico coronel da região, que explora a população ao cobrar para que se tenha um vislumbre da tal Santa Dourada, tinha tudo para ser memorável (sua relação, por assim dizer, com os balões de São João é uma ideia incrível, mas mornamente executada). Sofre mais ainda Pica Pau (Jesuíta Barbosa). O ator de “Praia do Futuro” se entrega para transformar o braço direito e espécie de pupilo de Ara em um personagem multifacetado, crente a sua fé e ao seu amigo e líder, mas, ao mesmo tempo, reticente quanto às suas atitudes e ao caminho que o bando está seguindo. Porém, o pouquíssimo tempo em tela e a incrível capacidade dos diálogos de darem rasteiras no elenco não ajuda em nada seu trabalho.   


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

MORRE ALAN RICKMAN, O VILÃO DE 'HARRY POTTER'


Hoje  a indústria cinematográfica perdeu o grande talento de Alan Rickman. Nascido em 21 de Fevereiro de 1946, em Londres, descendentes de ingleses, irlandeses e galeses, o ator faleceu aos 69 anos, vitima de câncer.

Formado em Design gráfico, o ator conheceu sua futura mulher Rima Horton na faculdade. Iniciou sua carreira como ator tarde, aos vinte e seis anos em uma audição no The Royal Academy of Dramatic Art (RADA), onde começou a atuar profissionalmente.

Conhecido pelo público adolescente por seu papel  na saga "Harry Potter" (como o vilão Severus Snape), o ator também atuou em “O mordomo da Casa Branca”, “Perfume - a história de um assassino”, “Simplesmente amor”, Duro de Matar , “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.

Teve seu trabalho reconhecido por inúmeras indicações aos prêmios da indústria, foi ganhador do Globo de Ouro em 1997 na categoria melhor ator pela mini-série "Rasputin", feita para televisão, e do BAFTA em 1992 por "Robin Hood: O príncipe dos Ladrões". 

Seu último filme em cartaz no Brasil, foi “Um dia de Caos”, estrelado por Kate Winslet.  

O ator deixa dois trabalhos inéditos, que estreiam neste ano. Fez a voz da lagarta em "Alice através dos espelhos" e atuou em "Eye in the sky", um filme sobre um piloto de drone, no qual trabalhou com Helen Mirren e Aaron Paul.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

BOI NEON POR ROMULO DE SÁ PEREIRA


Iremar (Juliano Cazarré) é um peão e trabalha com vaquejadas. Ele e seus companheiros de trabalho cuidam dos bois que são as principais estrelas das competições espalhadas por todo o Nordeste brasileiro. Ao mesmo tempo em que leva uma vida nômade, dormindo na traseira do caminhão que transporta os animais, Iremar almeja ser um costureiro. Ele desenha seus vestidos em papéis improvisados, monta seu manequim a partir de partes jogadas fora e tem em Galega (Maeve Jinkings), a motorista do caminhão, sua grande modelo.

O personagem de Cazarré é a representação de um novo Brasil, principalmente de um novo Nordeste. Um país que, aos poucos, se dá o direito de sonhar. Ele recolhe retalhos pelo chão e os cabelos dos rabos dos bois para poder costurar. Além disso, reclama de sua máquina, que dá pau a toda hora. Por outro lado, apesar das dificuldades, Iremar pode, às vezes, ir a um shopping de beira de estrada comprar tecido para uma nova criação ou “se dar o luxo” de um perfume novo. O mesmo vale para alguns outros personagens. Galega e Júnior (Vinícius de Oliveira) não abrem mão de suas vaidades. A primeira compra calcinhas fio dental com bordados. Já o segundo, inicia todas suas manhãs alisando os longos cabelos com sua chapinha.

Mas se enganará quem pensar que Boi Neon é um filme celebração. O longa, segundo de ficção do diretor e roteirista Gabriel Mascaro (de “Ventos de Agosto” e do documentário “Domésticas”), faz questão de sutilmente enfatizar que ainda vivemos em um país de ambiguidades. O mesmo peão que sonha e traça pequenos objetivos tem o mesmo valor para seus patrões do que a bosta dos animais que é pago para cuidar. E é aí que entra a pequena Cacá (Alyne Santana), filha de Galega. Criada por sua mãe no meio dos homens e prestes a entrar na puberdade, a menina representa o futuro incerto. Ela pode tanto criar e alcançar seus objetivos (existentes em Iremar, mas incrivelmente distantes) quanto se tornar mais uma peça da engrenagem que toca as vaquejadas.

Boi Neon ganhou no Festival do Rio os prêmios de Melhor Filme, de acordo com o júri especializado, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia (para o mexicano Diego García) e Melhor Atriz Coadjuvante (Alyne Santana). Venceu também o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza de 2015 .


CREED - NASCIDO PARA LUTAR POR ALÊ SHCOLNIK




Adonis Johnson (Michael B. Jordan) nunca conheceu o pai, Apollo Creed, que faleceu antes de seu nascimento. Ainda assim, a luta está em seu sangue e ele decide entrar no mundo das competições profissionais de boxe. Após muito insistir, Adonis consegue convencer Rocky Balboa (Sylvester Stallone) a ser seu treinador.

O interessante do filme é que ele não traz a necessidade de ver (ou rever) a franquia Rocky. Nesse ponto o roteiro é bem contemporâneo e cheio de referências (o restaurante, o treinamento com as galinhas etc.), junto com as  grandes sequências de luta, muito bem filmadas. Alias, a trilha sonora se encaixa perfeitamente com os planos de câmera! É sensacional!

O roteiro é simples e redondinho, o romance com Bianca (que mais parece a cantora Rihanna), dá uma equilibrada no drama de ambos os personagens. Enquanto Rocky tem que lidar com o fato de envelhecer, Adonis precisa se livrar do trauma que seu pai causou para poder seguir em frente.

Michael B. Jordan e Sylvester Stallone demonstram boa química em cena, além das boas atuações.

Inicialmente, o ritmo pode incomodar um pouco, mas nada que prejudique a narrativa e a direção (que é boa também), é mais para contextualizar o enredo e os personagens. Ryan Coogler (“Fruitvale Station: última parada”)  reaviva Rocky Balboa em grande estilo e seguindo a cronologia.

Com ótimas sequências de câmera, o filme que premiou Sylvester Stallone no Globo de Ouro ( e sua indicação ao Oscar deste ano) levará muito mais do que os fãs da franquia para o cinema. Não percam!


STEVE JOBS POR ALÊ SHCOLNIK


Drama biográfico sobre Steve Jobs que  acompanha três momentos importantes da vida do inventor, empresário e magnata: os bastidores do lançamento do computador Macintosh, em 1984; da empresa NeXT, doze anos depois e do iPod, no ano de 2001.

O filme ainda mostra a relação com funcionários, a filha e a imprensa. Junto a isso, consegue colocar a visão dele sobre si mesmo no roteiro de Aaron Sorkin ("A rede Social"). Em uma entrevista ao site All Things Digital, o roteirista comparou o projeto ao trabalho sobre o fundador do Facebook. “Eu escrevi uma única história de anti-herói – ‘A rede social’. Mas, geralmente, gosto de heróis”.  Seguindo pelo questionamento se Steve Jobs era, de acordo com esse conceito, herói ou anti-herói, o roteirista afirma: “Ele é um cara complicado. Zuckerberg também era ...” .

Dirigido por Danny Boyle ("127 Horas") que acerta mais uma vez na direção, o filme é bem orquestrado, longe de ser didático e simples como “Jobs” com Ashton Kutcher. “Steve Jobs” é dinâmico, inteligente e cheio de nuances como o próprio fundador da Apple.  Não há dúvidas de que é muito melhor que “Jobs”!

Os bons diálogos e a boa direção de arte, , dão um toque a mais ao filme que conta com a incrível atuação de Michael Fassbender em um personagem cheio de trejeitos e manias. Alias, todo o elenco está muito bem em cena.

É emocionante ver a trajetória deste homem que ajudou a revolucionar o mercado tecnológico. É uma história real incrivelmente forte sobre um visionário que se propôs a mudar o mundo.


A GRANDE APOSTA POR ALÊ SHCOLNIK



Baseado em fatos reais, que gerou o livro “The Big Short: Inside the Doomsday Machine", escrito pelo jornalista Michael Lewis "A Grande Aposta" conta a trajetória de quatro homens que viram uma oportunidade no meio da crise que ninguém mais conseguiu enxergar. Atuando fora do mercado financeiro, eles perceberam de antemão o que os grandes bancos, a mídia e o governo não conseguiram prever: a crise econômica que abateu os Estados Unidos em 2008. Seus ousados investimentos os levam para o lado sombrio do sistema bancário moderno onde devem questionar tudo e a todos. 

O filme conta com a direção  sarcástica de Adam McKay que nos apresenta um filme brilhante! A montagem e trilha sonora primorosa se complementam de tal forma com a direção e o roteiro (sádica e cômico, respectivamente) tornando o filme um dos melhores do ano!

O filme conta com ótimos diálogos e tiradas divertidíssimas. As atuações são um deleite à parte, destaque para Steve Carell e e Christian Bale em ótimas atuações!

“A Grande Aposta”  é um filme sobre ganância e fraude cometida pelos bancos nos Estados Unidos. Um filme sensacional sobre a realidade assustadora do colapso econômico. Sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano!

Não percam!


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

CAROL POR ALÊ SHCOLNIK


Baseado no livro “The Price of Salt” de Patricia Highsmith,  o filme conta sobre o romance entre uma jovem de dezenove anos com uma mulher casada, que vive um casamento de aparências, na década de 50.

O drama dirigido por Todd Haynes (“Não estou lá”) segue a temática da sexualidade e da moralidade, abordados pelos personagens contidos e muito bem interpretados por Rooney Mara e Cate Blanchett (também produtora do filme). As atuações são de uma sutileza e delicadeza absurda, assim como a direção e o roteiro. Tudo é milimetricamente encaixado!

A Direção de Arte (muito elegante por sinal!), junto com a Fotografia e a Trilha Sonora conseguem demonstrar os contrastes da época, onde o preconceito dominava.

Lindo e emocionante, “CAROL” fala da questão do padrão de comportamento sexual (se é que isso existe!), onde o marido adiciona uma cláusula de moralidade no processo de divórcio, assim desmoralizando o papel de mãe, o que ela faz muito bem. Mãe zelosa, carinhosa e atenciosa, Carol só quer ter sua filha por perto.

Líder de indicações no prêmio BAFTA 2016 (o Oscar britânico), o filme recebeu 9 indicações, nas categorias de melhor filme, direção, melhor atriz (Cate Blanchett), atriz coadjuvante (Rooney Mara), maquiagem, design de produção, fotografia, figurino e roteiro adaptado.

Não percam!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

OS OITO ODIADOS POR ALÊ SHCOLNIK


Inspirado nos clássicos de faroeste “Sete homens e um destino” e “Os doze condenados” , Tarantino está de volta com o seu estilo peculiar, nos cinemas.

Durante uma nevasca, o carrasco John Ruth (Kurt Russell) está a caminho da cidade mais próxima, lenvando uma carga preciosa para os seus bolsos. A famosa prisioneira, Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), que ele espera trocar por grande quantia de dinheiro.


No caminho, o viajante aceita transportar o caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson), que está de olho em outro tesouro, e o xerife Chris Mannix (Walton Goggins), prestes a ser empossado em sua cidade. Como as condições climáticas pioram, eles buscam abrigo no Armazém da Minnie, onde quatro outros desconhecidos estão abrigados. Lá os caçadores de recompensas e os outros “hóspedes” ficam presos durante a nevasca. Logo começam as inevitáveis brigas, com direito a todo o sangue e o humor esperado do diretor.


Filme sádico com referências à “Carrie, a estranha” e “Cães de Aluguel” , “Os Oito Odiados” está longe de ser uma obra-prima do diretor. O ritmo lento na primeira metade do filme  incomoda o espectador. O roteiro é previsível e diálogos são cansativos,  o que chama atenção é a estética e o elenco que está muito bem em cena, destaque para Samuel L. Jackson, que rouba a cena em uma atuação primorosa!

Sanguinário e violento ao extremo (assim é Quentin Tarantino),“ Os Oito Odiados” segue uma estética grandiosa: a Fotografia, a Direção de Arte e o Figurino compõem muito bem o filme com os seus contrastes. Chega a ser extasiante, mesmo em meio a tanta violência! Junto a isso, ainda tem a trilha sonora que complementa o tom do roteiro e da direção. 

Feito em 70 mm (formato raro de se filmar hoje em dia), o filme não será exibido neste formato no Brasil, só em digital. As dimensões de projeção são praticamente a metade deste formato filmado, que possui qualidade superior. A escolha do diretor em produzir o filme em película se explica pelo fato ser um amante da arte cinematográfica (tradução: um cinéfilo).  "Cleópatra" e "Lawrence da Arabia" são alguns filmes que foram rodados neste molde.


SPOTLIGHT - SEGREDOS REVELADOS POR ALÊ SHCOLNIK




Baseado em  fatos reais, “SPOTLIGHT – Segredos Revelados” mostra a investigação (que foi premiada com o prêmio Pulitzer) feita pelos jornalistas do Boston Globe que desvendaram uma rede de abuso sexual na IgrejaAtravés de um caso de pedofilia, eles encontram mais treze, e assim a lista de abusos começa a aumentar.  É uma avalanche prestes a descer morro abaixo!

A equipe descobre que a igreja católica sabia dos casos de pedofilia que ocorriam nas paróquias há anos e, ao invés de punir, encobriu os abusos.

Com um roteiro competente, que mostra como é a arte do jornalismo investigativo, assim como em “Todos os homens do presidente”,  “SPOTLIGHT – Segredos Revelados” reproduz com destreza a redação de um jornal e seus profissionais. A direção segura de Tom McCarthy nos apresenta um filme correto e envolvente pela sua simplicidade.

O filme conta com boas atuações de todo o elenco que conta com Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, Brian d'Arcy James, John Slattery, Liev Schreiber, Stanley Tucci, e Billy Crudup.  Destaque para Ruffalo e Keaton!

São  120 minutos de uma história reveladora e devastadora para o mundo! Um filme cortante e feroz pela temática que oferece. Foram mais de seiscentas histórias investigadas e mais de mil vitimas encontradas.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

VAI QUE DÁ CERTO 2 POR ALÊ SHCOLNIK


Depois de quase ficarem ricos com um plano quase perfeito e genial, Amaral (Fábio Porchat), Rodrigo (Danton Mello) e Tonico (Felipe Abib) estão precisando de grana mais do que nunca. A crise aumenta ainda mais quando Jaqueline (Natália Lage) aceita casar com um deles. Quando um DVD com cenas comprometedoras cai nas mãos de Danilo (Lúcio Mauro Filho), surge a grande chance de virar o jogo. O sonho de faturarem uma bolada tem apenas alguns obstáculos: um malandro capaz de tudo pra se dar bem (Vladimir Brichta), uma prima periguete e perigosa (Verônica Debom) e dois policiais nada federais. Agora é só seguir o plano cuidadosamente improvisado por eles, que dessa vez não tem como dar errado!

“Vai que dá certo 2” tenta seguir o modelo do primeiro filme, um enredo bobo, com um plano sem pé nem cabeça. Porém, nessa sequência o roteiro é fraco, além de ter muitas sub-tramas e pouquíssimos momentos divertidos. A boa química e atuação do elenco é o que segura o público no cinema.

Filme completamente disperso pela tentativa de englobar vários gêneros, “Vai que dá certo 2”  vai além da comédia que fica por conta de Fábio Porchat, Felipe Abib e Lúcio Mauro Filho, apenas, enquanto Danton Mello e Nathalia Lage vivem um drama e Vladimir Brichta e Felipe Rocha estão dentro de um filme policial (alias, o filme conta com boas cenas de ação). São muitas tramas paralelas para um filme só, assim deixando o longa sem identidade alguma, ao contrário do primeiro. Essa sequência fica bem aquém do primeiro que é gargalhada garantida!


Para quem não lembra, “Vai que dá certo” marca o reencontro de cinco amigos de adolescência que percebem que não alcançaram o sucesso planejado, então decidem assaltar uma transportadora de valores.

Bom filme!