truque de mestre

X MEN

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quarta-feira, 27 de abril de 2016

CAPITÃO AMERICA: GUERRA CIVIL POR BRUNO DE SOUZA


Há algumas semanas atrás Joss Weadon,  diretor dos dois filmes dos Vingadores, alegou que “ Vingadores: A Era de Ultron”  foi uma “falha miserável”. Segundo o site IndieWire, o diretor alegou também, que não conseguiu concluir  um narrativa ao contento e que teria feito um desserviço aos estúdios Marvel.

Joss teve um papel fundamental na transição dos filmes solos dos heróis para uma obra aonde não só apresentaria uma equipe, como também precisava lidar com seu excesso de personagens e dar tempo de tela.

O primeiro filme dos Vingadores é excelente e muito divertido, já o segundo soa bastante repetitivo, com personagens mal desenvolvidos, trama corrida e um vilão mal aproveitado. E não foi apenas esse o problema, os estúdios Marvel precisa compreender que para que sua série de filmes seja produzida por infinitas gerações, é necessário que cada fase tenha um tom diferente e crescente. É vital que tenha uma explicação narrativa para tantos filmes a serem realizados.

É nesse ponto que “Capitão América: Guerra Civil” se demonstra como a obra certa e necessária para esse momento da Marvel.

“Capitão América: O Soldado Invernal”, que ainda é o melhor filme da Marvel, tinha sido um avanço narrativo e que não recebeu continuidade em “A Era de Ultron”, por isso, o estúdio tenta resgatar o tom do segundo filme do Capitão América, colocando novamente nas mãos nos irmãos Russo, os mesmos que vão ser responsáveis pelos dois próximos filmes dos Vingadores.

Quando foi anunciada a adaptação de um dos arcos mais famosos da Marvel, “Guerra Civil” de Mark Millar e Steve McNiven,  gerou muita expectativa de como os Estúdios Marvel iria transpor para o cinema uma batalha tão épica entre seus heróis, no qual participam dezenas de personagens, com uma trama bem mais profunda, densa e política. Com um Homem de Ferro cego por suas convicções e claramente como um antagonista capaz de atitudes absurdas, e consequências fatais para o universo.

É muito nítido que “Capitão América: Guerra Civil” tem diversas obrigações e um acúmulo de missões, e não tem como não analisar a obra por tópicos :

Primeiramente o filme precisa ser uma sequência de “Soldado Invernal” atribuindo situações e personagens de “A era de Ultron”, e ao mesmo tempo tentar corrigir os problemas e os fatores que os fãs não aprovaram.

Segundo, precisam apresentar uma trama que possibilite o atrito entre Capitão América e Homem de Ferro que dividam os heróis, mas ao mesmo tempo não podem colocar Stark/Homem de Ferro, como um antagonista claro, como é nos quadrinhos. Afinal, a presença de Downey Jr é ainda muito forte e adorada pelos fãs.

Terceiro, esse é um filme  pretende ser um elo de transição não só para os próximos da franquia, como de uma nova fase com mais aprofundamento e consequências.
Quarto, é necessário apresentar novos personagens. Alguns pouco conhecidos pelo grande público, como o Pantera Negra , e outros extremamente adorado, como o Homem Aranha, uma das coisas mais aguardadas no filme.
E como se não bastasse ser necessário essa apresentação, também é preciso desenvolver melhor os personagens já conhecidos e suas subtramas.

É nítido que caíram sobre os irmãos Russo diversas obrigações e expectativas a serem alcançadas, mas eles conseguem contornar com maestria.

Já na primeira cenade ação do filme é comprovado o talento e capacidade dos Russo em construir uma ação desenfreada, mas ao mesmo tempo ,que presa por efeitos técnicos e coreográficos  e bem dirigida. Toda a ação do filme é espantosa e nos deixa em êxtase. Essa é a adaptação da Marvel com sequências mais empolgantes.

A sequência do aeroporto que claramente não tinha muito necessidade narrativa acaba sendo justificável para colocar em confronto seus múltiplos heróis na cena  mais divertida de um filme de super herói.

A trama de “Guerra Civil” não é tão impactante e densa como nos quadrinhos, mas estabelece uma ótima dinâmica entre os personagens e uma sobriedade antes não existente no universo cinematográfico da Marvel. O roteiro é genial por inserir razão em ambos o lados, os dois estão certos e errados, mas o emocional não os deixa ver.

Tão inteligente foi a escolha de frear o Stark/Homem de Ferro. Aqui temos uma figura mais soturna, abalada e frágil, abrindo mão do excesso de piadas dos personagens, que aqui, ocorrem mais pontuais.

Temos um Stark se confrontando com suas consequências, e Downey Jr está brilhante em cena. Esse é um elemento que deveria ter sido presente no terceiro filme solo do ferroso.

Mas se a trama é bem construída, o mesmo não se pode dizer do vilão, que por mais que seus planos em cena funcionam muito bem, não o explicam totalmente. Sua motivação é fraca e sua capacidade não explicada.

Os vilões ainda são um problema constante nos filmes da Marvel, apenas Loki se mostra como um inimigo mais emblemático e ameaçador, e isso no primeiro Vingadores. No primeiro filme de Thor ele era nulo.

Esse é o filme que melhor consegue abordar seus personagens, todos são críveis e com motivações próprias. 

Alguns se destacam como Feiticeira Escarlate, que aqui precisa também lidar com suas consequências e sua relação tão famosa com o Visão nos quadrinhos, começa aqui ser estabelecida sem pressa. O Arqueiro e a Viúva Negra tem presenças cada vez mais fortes em cena. Mas o real destaque é a apresentação de Pantera Negra encarnado por Chadwick Boseman, que rouba a cena do filme e prepara o terreno para o longa solo do herói. As cenas de ação com o Pantera são de tirar o folego.

E como se não bastasse ainda temos o melhor Homem Aranha do cinema. Sim, o melhor Peter Park e o melhor Aranha.

Mesmo com pouca relevância na trama, a meia hora de participação de Tom Holland é extasiante. É a adaptação mais palpável dos quadrinhos. Um Peter Park adolescente, com espirito fanfarrão que está realmente se divertindo naquela batalha. Isso que sempre fez o personagem ser tão identificatório.

Toda frase de Holland em cena era de tirar inúmeras gargalhadas, assim como o retorno de Paul Rudd como Homem Formiga, extremamente à vontade com seu papel e dominando a cena. Mas a participação dos dois soa um tanto gratuita na narrativa. O desaparecimento de Peter no meio do filme é brusco, na verdade é um problema na parte final do filme, sem saber o que fazer com tanto personagens, alguns simplesmente desaparecem.

“Guerra Civil” pode não ser o melhor filme da Marvel, mas é o mais grandioso e ambicioso, dentro de tanta necessidade o filme alcança enorme êxito demonstrando o quão a Marvel é boa em divertir o público.

Falta um pouco de amadurecimento e principalmente consequências. A linda sequência final não tem tanto impacto graças a conclusão insatisfatória, mas tudo indica que essa não é uma conclusão, e sim o inicio de algo muito maior. E será que a Marvel vai conseguir dar conta de cada vez mais grandiosidade ?

O público já agradece e aguarda ansioso por seu próximo lançamento.


O DONO DO JOGO POR ALÊ SHCOLNIK



Baseado na vida de Bobby Fisher, a trama conta a história de um gênio perturbado que descobriu seu talento na infância. Sem qualquer traço de vida social e afetiva, Bobby dedicou sua vida ao xadrez. Uma vida onde o talento é associado a sacrifício.

O roteiro do filme foca apenas no protagonista, todo o resto é coadjuvante, forma como se colocava em cena (seja em vida ou em tela): Vaidoso, egocêntrico, arrogante e excêntrico. As relações à fora não são desenvolvidas, seja com a imprensa, com a família, que só aparece quando extremamente necessário. São fragmentos cruciais e decisivos de sua vida.

A direção de Edward Zwick (“Diamante de Sangue”, “O último Samurai”) conduz um suspense no meio de uma biografia conturbada.  A trilha sonora pontua bem os momentos tensos, a fotografia cinzenta em determinados pontos complementam o ritmo e a montagem cheia de sobressaltos criando um ambiente clautrofóbico para o protagonista. Assim, transitando entre os gêneros, porém como biografia, o diretor se coloca em modo obsessivo, exaltando a doença de Bobby.

Filme bem ambientado, com uma boa direção de arte que cumpre bem a sua função. 

Destaque para Tobey Maguire que surpreende em cena. Um ator versátil que nos presenteia com uma ótima atuação!

A FRENTE FRIA QUE A CHUVA TRAZ POR ALÊ SHCOLNK



Livremente inspirado na peça homônima de Mário Bortolotto, ''A Frente Fria que a Chuva Traz'' nos leva as belas paisagens da cidade purgatório da beleza e do caos. Esse é o cenário no qual se encontra um grupo de jovens endinheirados que levam uma vida de excessos em uma certa laje de uma comunidade local.

Com uma fotografia que evidencia os contrastes das praias do Rio de Janeiro com as moradias em tons de marrom da comunidade do Vidigal, o longa traz sexo e  drogas como em outras obras de Neville.

Entre o luxo e o lixo, o diretor, oriundo do cinema marginal, se repete na linguagem e no roteiro. A proposta apresentada é interessante, porém mal apresentada: um grupo de patricinhas e playboys que acham que são os donos do mundo e vivem como querem.

''A Frente Fria que a Chuva Traz''  até consegue levantar uma crítica expoente sobre  a miséria e a fartura convivendo lado a lado. Em uma sociedade diante de inúmeros posicionamentos e comportamentos que vemos por ai, porém o filme perde o foco, além da falta de uma atriz que realmente simbolize o retrato da favela. Bruna Linzmeyer está bem e cena, mas não corresponde ao estereótipo da personagem.

Infelizmente o que encontramos no filme não é nada de excepcional, com pouco brilho das personagens (até da própria Amsterdã), que deveria brilhar mais do que ninguém. Ponto positivo para a fotografia e para  direção de arte. 

No elenco, além de Bruna Linzmeyer, ainda tem Johnny Massaro, Chay Suede, Juliana Lohmann (em um personagem que muito lembra o da novela “Chamas da Vida”), Marina Provenzzano, Juliane Araujo, Mario Bortolotto, Flavio Bauraqui, Michel Melamed.


quarta-feira, 20 de abril de 2016

AMOR POR DIREITO POR ALÊ SHCOLNIK


Inspirado em fatos reais, "Amor por direito" conta a história de amor de Stacie  Andree e Lauren Hester e a busca de direito iguais após descobrir um câncer terminal.

Adaptação do documentário de curta-metragem de mesmo nome que venceu o Oscar em 2008 nos apresenta a história  da policial de New Jersey Laurel Hester e a mecânica Stacie Andree que estão em um relacionamento sério. O mundo delas desmorona quando Laurel é diagnosticada com uma doença terminal. Agora, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, só que as autoridades se recusam a reconhecer o relacionamento das duas.

A direção de Peter Sollett  privilegia os maniqueísmos entre progressistas e conservadores às sutilezas da história, o roteiro é previsível e pouco inspirado.  

"Amor por Direito" não é um filme de voos solo, é uma história acima de tudo humanista, um exemplo clássico de um filme bem feito, bem interpretado, e com a melhor das intenções, mas com um resultado pesado e um pouco decepcionante em relação à sua mensagem.

O filme tem uma boa abordagem sobre a questão dos direitos iguais, das dificuldades e dos direitos que um casal gay de fato precisa se sujeitar para provar algo, afinal amar é só uma forma verdadeira de ser humano, e isso não merece ser tratado como privilégio ou desvantagem.

Destaque para belíssima atuação de Julianne Moore!




NO MUNDO DA LUA POR ALÊ SHCOLNIK



Richard Carson III é um milionário ganancioso, quer colonizar a Lua. Ele pretende apagar todos os vestígios os feitos dos astronautas da Apollo XI para poder explorar o hélio-3, a energia limpa do futuro, em benefício próprio. Para impedi-lo, a presidenta dos Estados Unidos ordena que a NASA organize o quanto antes uma nova viagem à Lua, de forma a assegurar os feitos do passado e impedir a exploração comercial do satélite. Como não há tempo de construir uma nova nave espacial, um foguete de 40 anos atrás é reaproveitado e, como ninguém sabe operá-lo, vários astronautas do passado são convocados a ajudar nesta nova empreitada. É a chance ideal para que Mike Goldwing, um garoto de apenas 12 anos, possa reaproximar seu pai, o atual astronauta Scott Goldwing, de seu avô, Frank, que abandonou a família após uma missão fracassada.

47 anos se passam,  protagonista e adolescente Mike Goldwing, neto de Frank, assume exatamente o papel do avô, quando este planeja as pazes entre o pai (também astronauta) e Frank, os quais não se falam há muitos anos. Com a ajuda do melhores amigos Marty e Amy.

De forma bem humorada, a animação, "No Mundo da Lua", se inicia com uma viagem no tempo, em 1969, quando os Estados Unidos fincou sua bandeira em nosso satélite natural, a Lua. A história traz em questão a frustração da família Goldwing, onde o patriarca Frank desejava a esta função, concretizada por Neil Armstrong.

 Dirigido pelo espanhol  Enrique Gato ("As Aventuras de Tadeu") o filme promete boas gargalhadas com destaque para o lagarto Igor,  o vilão lunático  e milionário Richard Carson, que tem a pretensão de achar-se o dono da Lua. A parceria entre os roteiristas Jordi Gaslill, Neil Landau, Javier López Barreira e Patxi Amezcua com o diretor Enrique Gato, certamente garantirá o sucesso do filme.


O FUTEBOL POR ALÊ SHCOLNIK


Primeiro longa-metragem do diretor Sergio Oksman, "O FUTEBOL" integrou a seleção da Mostra Competitiva Brasileira de Longa ou Média-Metragem da 21ª edição do Festival internacional de documentários "É Tudo Verdade" e recebeu os prêmios de melhor filme do Juri do Festival e o prêmio de melhor filme  pela ABRACCINE - Associação Brasileira dos Críticos de Cinema. 

O documentário acompanha o reencontro do próprio diretor com seu pai, Simão, que ele não via há mais de 20 anos. O filme se passa em junho de 2014, quando o diretor deixa a Espanha para acompanhar a Copa do Mundo em sua cidade natal, São Paulo.

A coprodução entre Brasil e Espanha se aproxima da ficção ao narrar o reencontro dos dois, que decidem assistir a todos os jogos da Copa juntos, ao mesmo tempo em que documenta todo o período do mundial no Brasil sob um olhar muito original. O futebol, em si, nunca aparece em cena, mas funciona como cenário das tensões sociais e familiares que "O FUTEBOL" capta com rigor e delicadeza.

Nas palavras do próprio diretor, “O filme é o resultado de uma tensão, por isso parece difícil definir se trata-se de uma ficção ou documentário. O rigor narrativo corresponde de certa maneira ao cinema ficcional, mas, por sua vez, a vida é incontrolável. As vezes é a realidade que parece querer conduzir a história, e os limites da narrativa ficcional é que a desmontam. (...) O futebol é quase uma metáfora da nossa metodologia: um jogo de regras claras mas que também depende da sorte. Um retângulo verde, com limite de tempo definido, normas estritas, e duas equipes. Não era esse o filme que queríamos fazer? “.

O crítico Luis Martínez, do jornal espanhol El Mundo, definiu o filme como “um dos mais brilhantes, enigmáticos e perfeitos exercícios de cinema de 2015”.


MILAGRES DO PARAÍSO POR ALÊ SHCOLNIK


O que você faria se descobrisse que sua filha tem uma doença rara e sem cura?

Baseado no livro “Three Miracles From Heaven”, inspirado em uma história real, conta a conta a história de uma família cuja filha do meio, de 10 anos é diagnosticada com uma doença rara.

“Milagres do Paraíso” fala de amor e fé, nos apresenta o drama de Christy Beam, uma  mãe que precisa de garra para buscar o único tratamento possível para aumentar os dias de vida de sua filha, a pequena Annabel.

Com um roteiro simples e sem novidades, “Milagres do Paraíso” segue uma narrativa linear com boas atuações. Destaque para atuação cativante da pequena Kylie Rogers, de Eugenio Derbez, o médico Dr. Nurko e Jennifer Garner em um papel emocionante. O filme conta com a boa direção de Patricia Riggen (“Os 33”).  

Milagres do Paraíso” é um filme bonito e emocionante que te fará chorar.


O CAÇADOR E A RAINHA DE GELO POR ALÊ SHCOLNIK


A história de sucesso que gerou  uma continuação da franquia (só que sendo um prequel antes mesmo de Branca de Neve nascer) transforma-se em um mash-up de contos de fadas onde a "heroína boazinha" da versão original sequer é considerada. Assim, muito tempo antes da malvada Rainha Ravenna (Charlize Theron) ser derrotada pela espada de Branca de Neve, ela assistiu silenciosamente sua irmã, Freya (Emily Blunt), sofrer uma traição devastadora e fugir de seu reino, mergulhando em uma profunda depressão. Anos mais tarde, ao saber da morte de Ravenna, Freya decide ir em busca de seu espelho mágico. Só que Ravenna ressuscita e caberá à Rainha do Gelo e aos rebeldes Erik (Chris Hemsworth) e Sara (Jessica Chastain) lutarem, mais uma vez, contra os poderes malignos da vilã.

Com um roteiro sem pé nem cabeça, com referências de “Frozen” e “Narnia”, “O Caçador e a Rainha de Gelo” conta com a direção fraquíssima de Cedric Nicolas-Troyan.  

O filme se perde completamente no enredo que é cheio de lacunas no roteiro, sem contar com a velha e boa mensagem dos contos de fadas (tem que ter, né). A teoria de que "o amor conquista tudo" están nos diálogos piegas, enjoados e sem emoção. O que se salva são os atores que estão bem em cena, a maquiagem e o figurino. Nem a montagem e os Efeitos Visuais agradam, mesmo lembrando um pouco a estética do anterior. “O Caçador e  e a Rainha de Gelo” tinha tudo para ser um bom blockbuster, porém com os sucessivos problemas da direção e do roteiro fazem do filme uma grande miscelânea de erros. 


EM NOME DA LEI POR ALÊ SHCOLNIK


Inspirado na história do juiz federal Odilon Oliveira, com fama de inimigo de traficantes e de centenas de outros bandidos na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia “Em nome da Lei”, questiona o contrabando e o poder nas mãos erradas.

Livremente inspirado em histórias reais, o filme acende a discussão sobre ética e moral em todas as esferas da sociedade e sobre o papel da imprensa, que ajuda a desvendar os grandes esquemas de corrupção que imperam no Brasil.
Em “Em nome da lei”, Vitor (Mateus Solano) é um jovem juiz federal recém-chegado na cidade de Fronteira, disposto a desmontar um esquema de contrabando e tráfico de drogas na região. Para prender Gomez (Chico Diaz), ele vai contar com a ajuda da procuradora Alice (Paolla Oliveira), por quem se apaixona, e da equipe do policial federal Elton (Eduardo Galvão).
Dirigido por Sergio Rezende, o filme agrada tanto na direção, no roteiro (cheio de reviravoltas) e nas atuações, destaque para Chico Diaz, Mateus Solano e Gustavo Nader.
O filme mistura ação e suspense na medida certa, deixando o espectador bem envolvido com a trama. Alias, as cenas de ação são muito bem filmadas!
A linguagem da câmera é a mesma que se vê na da televisão, o que não favorece a  estética árida do filme. 
As filmagens foram realizadas na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

NISE O CORAÇÃO DA LOUCURA POR ALÊ SHCOLNIK

Baseado na história de Nise da Silveira, pioneira no uso da terapia ocupacional, conta a trajetória dela dentro de um  hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro.

Ao voltar a exercer sua profissão, a doutora Nise da Silveira (Glória Pires) propõe uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o abandonado setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de lidar com os pacientes, através do amor e da arte.

Com uma temática interessante e bem abordada, o filme transita entre a delicadeza e a brutalidade do ser humano.

Com um quê de “Patch Adams” no roteiro, “Nise – O coração da loucura”  conta com a direção competente de Roberto Berliner e grandes atuações de todo elenco.

A caracterização e belíssima atuação de Glória Pires nos comove com as revelações do inconsciente.

A sutileza da trilha sonora complementa a obra cinematográfica com um  filme de arrepiar.

Como a própria  dizia, “É preciso não se contentar com a superfície”. O filme explora a revolução realizada por Nise que ecoou pelo resto do país, abolindo tratamentos violentos e destrutivos, como a lobotomia e o eletrochoque.

O longa foi filmado durante dois meses no Instituto Nise da Silveira no Engenho de Dentro, local onde ficava o Hospital Psiquiátrico Pedro II. Lá foram revelados grandes nomes das artes plásticas, como Emydgio de Barros, Raphael Domingues, Lucio Noeman e Fernando Diniz. A descoberta do talento deles é apresentada no filme, que mostra o primeiro contato com a tinta, o pincel e o barro.

“Não é a ciência que vai garantir o seu trabalho, é a arte, a opinião pública” Mario Pedrosa 



quarta-feira, 13 de abril de 2016

MOGLI O MENINO LOBO POR ALÊ SHCOLNIK


Baseada na clássica história do escritor Rudyard Kipling, “Mogli - O Menino Lobo” (The Jungle Book) conta a saga de um garoto que foi criado numa família de lobos. Porém, Mogli não é mais bem-vindo na floresta quando o temível tigre Shere Khan promete eliminar o que ele vê como uma ameaça. Tendo que abandonar a única casa que ele já conheceu, Mogli, então, embarca em uma jornada cativante de autodescoberta, guiada pela pantera e o urso de espírito livre Baloo. Ao longo do caminho, ele encontra criaturas da selva que não têm exatamente melhores interesses no coração, Kaa, uma cobra cuja voz e olhar sedutores e o articulado Rei Louie.

Inspirado no clássico longa de animação de 1967 da Disney, o filme é um aventura épica dirigido por Jon Favreau (Homem de Ferro). Mogli  é um menino de 10 anos, que embarca em uma jornada de valores e autoconhecimento.

O roteiro pode até esquecer alguns personagens, mas não deixa a desejar, pelo contrário, tudo é muito bem amarradinho junto com os diálogos divertidíssimos e bons sustos. A criançada vai se divertir e os adultos também!

O time de dubladores é estelar, seja na versão legendada ou dublada, aqui o filme recebe as vozes de Marcos Palmeira, Dan Stulbach, Thiago Lacerda, Julia Lemmertz, Alinne Moraes e Tiago Abravanel, este em incrível performance musical, inclusive.

A aventura com um quê de comédia e suspense é toda feita em live action e foi filmada toda em estúdio.

Visualmente belo, “Mogli O Menino Lobo” tem um trabalho primoroso de computação gráfica, Efeitos Visuais e de Fotografia. A avançada tecnologia por traz de fabulosas criaturas da floresta que se juntam a Mogli, interpretado por Neel Sethi, proporciona uma experiência cinematográfica  impressionante. 

Não deixem de conferir em 3D e IMAX 3D !


AVE, CÉSAR! POR ALÊ SHCOLNIK


Na Los Angeles de 1950, a produção acompanha o dia a dia de um dos diretores de um estúdio cheio de problemas para solucionar. Edward Mannix (Josh Brolin) é o responsável por proteger as estrelas do Capitol Pictures de escândalos e polêmicas e vive um dia intenso quando Baird Whitlock (George Clooney), astro da superprodução “Hail, Caesar!” é sequestrado no meio das filmagens.

O filme que faz uso da metalinguagem (que mostra o trabalho dos produtores, diretores, atores, figurantes) é uma sátira cheia de ironia a indústria cinematográfica hollywoodiana com um elenco estelar em grande sintonia. Alias, todos estão bem em cena, sem exceção.

“Ave, César!” traz o estilo único dos Irmãos Coen que acertam a mão na direção e no roteiro que faz muitas referências aos clássicos com um quê de non sense e muito humor.

A Direção de arte faz um belíssimo trabalho em cena com os sets elaborados, figurinos glamourosos e muito brilho, características típicas do cinema hollywoodiano dos anos de ouro. A Fotografia, em determinados momentos, brinca com o estilo noir, o que fez muito sucesso na época.

Em "Ave,César!" inspirações é que não faltam, tem de tudo em cena ao mesmo tempo que homenageando e ironizando a industria e criticando (ainda) o Capitalismo.

Bom filme!





MENTE PERIGOSA POR ROMULO DE SÁ PEREIRA


Ancorado por um grande elenco, mesmo com algumas figuras atuando no automático (caso de Gary Oldman e seu diretor da CIA Quaker Wells, e de Tommy Lee Jones fazendo Dr. Franks), Mente Criminosa é incrivelmente eficiente quando se propõe a ser somente o que deveria ser, um thriller psicológico de espionagem e ação. E talvez esse sucesso já fosse esperado, já que o filme foi escrito pela dupla Douglas Cook e David Weisberg, dos noventistas "A Rocha" e "Risco Duplo". 

A abertura do longa que traz o espião Bill Pope (Ryan Reynolds) em uma perseguição entre gato e rato pelas ruas de Londres, deixa a impressão de que esse é mais um pastiche da Trilogia Bourne. Mais tarde, quando Pope é gravemente ferido e suas lembranças são transferidas para o maníaco Jericho Stewart (Kevin Costner), o que se espera é uma versão moderna de "A Outra Face", de John Woo, (filme em que os inimigos John Travolta e Nicholas Cage trocam seus rostos e passam a viver a vida um do outro), mas não é isso o que acontece. 

"Mente Criminosa" segue por um outro caminho mais original. A partir do segundo ato, o filme de Ariel Vromen ("O Homem de Gelo"), foca nos conflitos de Jericho, o maníaco violento que luta para afastar de sua mente o espião bem intencionado. 

O filme derrapa e, a partir daí, se torna totalmente desequilibrado, quanto entra em cena o componente emocional. A relação de Jericho com a família de Pope é totalmente inverossímil, e não de uma maneira boa, já que o filme se leva a sério. Não há o que Costner e Gal Gadot, que interpreta a esposa Jill Pope, possam fazer. A pressa com que é construída a relação põe tudo a perder, apesar do ótimo trabalho dos dois atores.


O ESCARAVELHO DO DIABO POR ROMULO DE SÁ PEREIRA

É curioso como até hoje nenhum livro de Série Vagalume havia sido adaptado para o cinema. Afinal, a série de livros infanto-juvenil, a maioria deles envolvendo mistérios que eram solucionados pelos protagonistas adolescentes e jovens, marcou diversas gerações desde que foi lançada, em 1971. Mas eis que surge a versão cinematográfica de "O Escaravelho do Diabo,” um dos mais marcantes títulos da coleção, de Lúcia Machado de Almeida, adaptado para a tela grande por Melanie Dimantas e Ronaldo Santos e com direção do estreante Carlo Milani.

A história gira em torno de Alberto (Thiago Rosseti), que depois de ter seu irmão misteriosamente assassinado, parte numa investigação ao lado do delegado Pimentel (Marcos Caruso). Suas primeiras investigações levam a crer que há um assassino em série na pequena Vale das Flores. Seu irmão, assim como outros ruivos da cidade, são mortos após receberem um escaravelho pelos correios.

Paradoxalmente, a grande diferença entre livro e filme é, ao mesmo tempo, a grande força e grande fraqueza do longa metragem. No original, o protagonista Alberto é um estudante de medicina. Já no cinema, o personagem tem por volta de 11 anos. A mudança é uma força porque aproxima "O Escaravelho do Diabo" de aventuras de formação infanto-juvenil, algo como uma daquelas séries de mistério pré-adolescentes que povoam canais como o Gloob. É divertido ver as relações entre Alberto e os adultos, seu amor platônico pela amiga Raquel (Bruna Cavalieri) e também todas as questões envolvendo o contraste  da liberdade, da obediência e da subordinação na sua educação. 

Por outro lado, quando Alberto e o delegado Pimentel (Marcos Caruso) engajam no mistério central da trama, algumas situações beiram o inverosímel. Apesar de ser uma aventura infanto-juvenil, a seriedade de algumas passagens coloca em xeque a presença do garoto como a figura principal da investigação. Por assumir um tom mais sombrio, fica difícil acreditar em toda a liberdade que os adultos dão ao pequeno protagonista, que trafega por cenas de crimes, delegacias etc como se fosse o mais experiente dos detetives.


TRUMAN POR ALÊ SHCOLNIK



Após  três anos do filme argentino “ O Que os Homens Falam” , Cesc Gay retoma a parceria com  Ricardo Darin e Javier Cámara, nessa comédia dramática com uma temática interessante e bem abordada sobre a morte.

Darín interpreta Julian, um ator argentino radicado em Madrid que luta contra um câncer, mas ao receber a notícia de que a doença se espalhou por todo o corpo resolve não seguir mais o tratamento, já que não tem perspectiva de cura.

A  visita de um amigo de infância que mora no Canadá, Thomas (Javier Cámara) nos próximos quatro dias fará que ambos aproveitem o curto tempo, além de tentar achar uma casa para ao velho e bom companheiro de Julian, seu cachorro.

Como é de se esperar, Darin não decepciona, muito pelo contrário. O ator nos presenteia com uma bela atuação cheia de humor ácido. Atuação crua, visceral, bonita, completamente entregue ao desejo do personagem. Cámara segue na mesma linha nos permitindo rir com diálogos divertidíssimos.

Com boas tiradas cômicas que aliviam o drama, o diretor aborda a visão da morte iminente de forma delicada com ótimos diálogos e grandes atuações.  A direção e roteiro agradam o público pela simplicidade de dialogar com o tema. Cesc Gay vai no ponto certo, assim equilibrando drama e comédia na medida certa.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

A SENHORA DA VAN POR ALÊ SHCOLNIK


Inspirado em fatos reais entre os anos de 1974 e 1989, conta a história de Mr. Shepherd (Maggie Smith), uma senhora idosa, que mora dentro de uma van. Devido aos seus hábitos pouco higiênicos, os moradores não gostam nem um pouco quando ela decide estacionar o carro próximo à sua casa. O único que a tolera é o escritor Alan Bennett (Alex Jennings), que permite que ela use seu banheiro de vez em quando. Após algum tempo, os moradores conseguem que a prefeitura proíba que qualquer carro fique estacionado no bairro. A intenção era que a Sra. Shepherd deixasse o local, mas ela encontra uma saída quando Alan oferece que estacione na vaga existente em sua própria casa.

Com um quê de “Adaptação” no narrador do enredo “A Senhora da Van” nos apresenta um drama pitoresco, bonito e comovente com ótimas tiradas cômicas.

O filme que tem diálogos divertidos e personagens memoráveis apresenta o  relacionamento entre Alan e Mr. Sheperd, esse aliás, é o foco do filme, onde ocorre uma bela  simetria  entre os personagens.

Cabe ao diretor Nicholas Hytner ressaltar as personalidades tão diferentes expostas em cena. Aos poucos surge entre eles uma relação de respeito e agradecimento em meio aos segredos de cada um.

Maggie Smith está esplêndida em cena em um personagem mal-educado e antipático, ainda assim é capaz de conquistar os vizinhos e o espectador.  Alex Jennings vive um escritor multifacetado, porém muito inseguro.

A senhora que estacionou para ficar apenas três meses na porta de Alan Bennett ficou por lá durante quinze anos.