Livremente inspirado na peça homônima de Mário
Bortolotto, ''A Frente Fria que a Chuva Traz'' nos leva as belas paisagens da
cidade purgatório da beleza e do caos. Esse é o cenário no qual se encontra um
grupo de jovens endinheirados que levam uma vida de excessos em uma certa laje
de uma comunidade local.
Com uma fotografia que evidencia os contrastes das
praias do Rio de Janeiro com as moradias em tons de marrom da comunidade do
Vidigal, o longa traz sexo e drogas como
em outras obras de Neville.
Entre o luxo e o lixo, o diretor, oriundo do cinema marginal, se repete na
linguagem e no roteiro. A proposta apresentada é interessante, porém mal apresentada:
um grupo de patricinhas e playboys que acham que são os donos do mundo e vivem
como querem.
''A Frente
Fria que a Chuva Traz'' até consegue levantar uma crítica expoente sobre a miséria e a fartura convivendo lado a lado. Em uma sociedade diante de inúmeros posicionamentos e comportamentos que vemos por ai,
porém o filme perde o foco, além da falta de uma atriz que realmente simbolize
o retrato da favela. Bruna Linzmeyer está bem e cena, mas não corresponde
ao estereótipo da personagem.
Infelizmente o que encontramos no filme não é nada
de excepcional, com pouco brilho das personagens (até da própria Amsterdã), que
deveria brilhar mais do que ninguém. Ponto positivo para a fotografia e para direção de arte.
No elenco, além de Bruna Linzmeyer, ainda tem Johnny
Massaro, Chay Suede, Juliana Lohmann (em um personagem que muito lembra o da novela “Chamas
da Vida”), Marina Provenzzano, Juliane Araujo, Mario Bortolotto, Flavio
Bauraqui, Michel Melamed.
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