Théo (Jan
Bijvoet) é um explorador europeu que conta com a ajuda do xamã Karamakate
(Nilbio Torres) para percorrer o rio Amazonas. Gravemente doente, ele busca uma
lendária flor que pode curar sua enfermidade. Quarenta anos depois, a trilha de
Théo é seguida por Evan (Brionne Davis), outro explorador que tenta convencer
Karamakate a ajudá-lo.
Karamakate, outrora um
poderoso xamã da Amazônia, é o último sobrevivente de seu povo, e agora vive em
isolamento voluntário nas profundezas da selva. Os anos de solidão absoluta o
tornam vazio, privado de emoções e memórias. Sua vida sofre uma reviravolta
quando chega ao seu esconderijo remoto Evan, um etnobotânico americano em busca
da Yakruna, uma poderosa planta capaz de ensinar a sonhar. O xamã decide
acompanhar o estrangeiro em sua busca, e juntos embarcam em uma viagem ao
coração da selva, onde passado, presente e futuro se confundem, fazendo-o aos
poucos recuperar suas memórias. Essas lembranças trazem uma dor profunda que
não libertará Karamakate até que ele transmita o conhecimento ancestral que
antes parecia destinado a perder-se para sempre.
Baseado nos relatos dos
expedidores, “O abraço da Serpente” aborda as diferenças culturais entre o
homem branco e o indígena, através do
olhar enraizado de quem vive ali. Em
meio a bela natureza da floresta amazônica, o filme apresenta uma narrativa
entre passado e presente, o que por um lado parece ser bem interessante, porém
se perde por falta de elementos.
Trata-se de um estudo sociológico e antropológico de uma Amazônia que não conhecemos. É muito além do
que a câmera transmite. o filme fala de crenças e fé junto com o trabalho
primoroso fotográfico que encanta junto com natureza (super valorizada) apresentada
na tela, é tudo muito cru em cena. É bonito de se ver!
O diretor Ciro Guerra admite que quase desistiu das filmagens de
tantos problemas que teve que enfrentar: "Assim que
terminamos a primeira semana de filmagens, fiquei extremamente preocupado coma
quantidade de problemas que tivemos que enfrentar, o cronograma de filmagens
era muito apertado e ficou claro que nós nunca conseguiríamos terminar esse
filme. Tínhamos sido muito ambiciosos e os deuses da floresta estavam nos
punindo por isso. Com isso em mente, como um capitão que é o primeiro a
descobrir que seu navio está afundando, sentei-me, confortavelmente e me
preparei para enfrentar o naufrágio inevitável. Mas acabei por testemunhar um milagre".
O filme nasceu da curiosidade do diretor pela Amazônia colombiana,
um vasto e misterioso lugar que representa metade da superfície do país: “ ... eu tive a ideia de
contar uma história através do prisma desse encontro, mas a partir de uma
perspectiva em que o personagem principal não é um homem branco, como de
costume, mas um indígena, um aborígene.”
Além da indicação ao Oscar
de filme estrangeiro deste ano, o filme foi selecionado pela Quinzena dos Realizadores do
Festival de Cannes 2015 , o longa recentemente ganhou o prêmio “Science in
Film” no Festival de Sundance 2016.
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