Dirigido e escrito em parceria com Mark L.
Smith e a partir do livro de Michael Punke por Alejandro González Iñarritu, (vencedor
do Oscar ano passado por “Birdman”), “O Regresso” já estreia como, o grande
favorito para a premiação. Afinal, foi indicado a 12 estatuetas e já levou o
Globo de Ouro de Melhor Drama, Melhor Direção e Melhor Ator, para Leonardo
DiCaprio. Mas, apesar de toda a badalação, o longa não é para isso tudo.
Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é um explorador
nos Estados Unidos do século XIV e trabalha como guia para uma companhia de
caçadores de pele nas florestas geladas da Dakota do Sul. Seu filho Hawk
(Forrest Goodluck), fruto do relacionamento com uma índia, está sempre ao seu
lado. Depois de sobreviver ao ataque de um urso, Glass que fica entre a morte e
convalescença, vê seu filho ser assassinado por aquele que deveria lhe cuidar, John
Fitzgerald (Tom Hardy), e abandonado para morrer em uma cova rasa. A partir
daí, o protagonista parte numa jornada de sobrevivência e vingança,
atravessando centenas de quilômetros em busca de seu algoz.
“O Regresso” é belíssimo! Mais um trabalho de
mestre do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki. São planos de paisagens de
tirar o fôlego, cenas de ação em plano sequência incrivelmente orquestrados
(principalmente a que abre o filme, com flechas entrando por um lado do quadro,
índios pelo outro e os caçadores perdidos no meio de todo o terror), além da luta
com o urso, embasbacante. Porém por outro lado, e isso não é demérito algum,
não há nada ali que Lubezki já não tenha feito (principalmente em “Filhos da
Esperança”, talvez ainda seu melhor trabalho).
Di Caprio também está incrível. Ele convence como
o sobrevivente que luta a cada segunda pela sobrevivência e passa toda a emoção,
tristeza e raiva, através dos olhar, de quem perdeu a pessoa mais importante de
sua vida e está com sede de vigança (a cena em que ele está imobilizado e vê,
como os olhos vidrados, seu filho ser assassinado é prova disso). Mas, por fim,
o grande problema de “O Regresso” é que, ao apostar todas as suas fichas nas
cenas de luta pela sobrevivência, o filme se torna uma sinfonia de uma nota só.
Apesar de nos relacionarmos e sentirmos com o homem que faz de tudo para se
agarrar à vida, pouco sabemos sobre quem ele realmente é.
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