A história
de um homem e a capacidade de se recriar. Com uma câmera que se afasta e se aproxima dele, sem
saber mais para onde ir, “Entre Vales” é um filme cheio de fragmentos.
Vicente tem
uma vida comum, é casado e tem um filho, mas por obras do destino e da vida,
sua jornada o torna um homem frágil e desapegado. Depressivo, se torna um
nômade rodando pela cidade de São Paulo, apenas sobrevivendo. Se sentindo um
lixo, descartável para o mundo, cheio de desilusões, Vicente vive de lembranças
do passado.
A identidade
do diretor em agrupar imagens de forma não linear transforma esse longa em um
pesadelo para o personagem. A volta por
cima não existe. Não há vitalidade, nem potência que o traga de volta, a descrença do personagem transforma seu
renascimento em algo sofrido e abstrato.
Protagonizado
por Ângelo Antônio que veste muito bem o personagem, o filme conta com a belíssima fotografia de Walter Carvalho, que nos leva a passear em um mundo obscuro e depressivo. Philippe Barcinski nos coloca a frente de um quebra cabeças que exige que o espectador tenha
um olhar clínico sobre a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário