Baseado no
conto “Frontal com Fanta” de Jorge Furtado, “Boa Sorte” é a história do
encontro de João e Judite. Ele, um adolescente de 17 anos, que se sente
invisível. Ela, uma mulher de 30 anos que já experimentou de tudo. Judite não
tem muito tempo de vida e os dois sabem disso. Em uma clínica de reabilitação,
eles vivem um amor intenso e transformador.
Carolina
Jabor, diretora do longa, contou que o foco do filme é uma história de amor.
“Boa Sorte” fala do comportamento contemporâneo com relação as drogas lícitas,
sem hipocrisia alguma, mas o que move o filme é o amor, a clínica é apenas o
pano de fundo dessa história.
O vício, de
fato, é uma desgraça, mas o filme não se
trata dessa realidade, ele trata da
relação de amor entre os personagens principais.
A diretora
contou que a escolha de Deborah Secco para o personagem foi mais do que certa,
alias, foi ela que correu atrás disso, assim que soube que o conto seria
filmado, enfatizou a atriz.
Carolina
ainda continua, “Havia um desejo enorme de Deborah fazer o filme ... A
obstinação de Deborah é impressionante”.
Alias,
Deborah contou que emagreceu 11 Kg,
chegando a pesar 44 Kg. E ainda reinternou que a dor da perda da personagem
(após o fim do filme) a levou à ser internada.
Os ensaios
geraram uma entrega muito maior da atriz, que inclusive se dispõe a tudo e mais
um pouco. Deborah está completamente nua em cena! Seja em alma ou em corpo. Uma
nudez sútil, sem desejos, poética e sem
obrigação nenhuma de sensualizar ao contrário de “Bruna Surfistinha”, um
personagem completamente agressivo.
Judite é um
personagem cheio de vida, alegre, vibrante, foi realizado um trabalho de
Chackras inclusive, ajudando na construção do personagem que é adepto do
Yoga. Deborah ainda acrescenta que a construção do personagem é toda feita através do olhar, o que ela soube muito
bem incorpora-lo.
O roteirista
Pedro Furtado conta que o fato de ser ator ajuda muito na hora de escrever um
roteiro. Foram dois anos de muita pesquisa para realizar o filme. A diretor
ainda conta, “Descobri que 1/3 dos
adolescentes se contaminam” .
O longa
ainda relata a realidade corrupta do Brasil “É um país doente de corpo e mente,
você encontra uma farmácia a cada esquina”.
“Boa Sorte”
é um filme cru, opaco, que se despe da cor completamente, nos levando por um
caminho completamente conceitual.
Mesmo que
previsível, é contado de uma forma muito sensível, muito delicada e
envolvente que agrada o espectador.
Premiado no
Festival de Paulínia com os prêmios
de melhor filme (júri popular) e melhor direção de arte deste ano, o
longa tem uma estética minimalista, com influências do cinema francês.
“Boa Sorte”
nos leva a um caminho onde o mais importante é você ter o controle de
você mesmo, se você conseguir.
O corpo não
aguenta a batida, mas quando a morte me encontrar, ela vai me encontrar viva.