Depois do belíssimo
e poético “Meia Noite em Paris”, o versátil diretor resolveu passear por Roma,
mas não deu muito certo.
Seguindo a sua peregrinação pelas cidades europeias, iniciada
em Londres (“Ponto Final - Match Point”, “O sonho de Cassandra” e “Scoop - O
Grande Golpe”) logo depois passando por Barcelona (“Vicky Cristina Barcelona”), o
diretor, roteirista e ator Woody Allen peca ao fazer “Para Roma, Com Amor”.
Sim, o filme tem
um certo charme e o humor bem afiado, típico do diretor, mas o que incomoda mesmo
é a falta de linearidade temporal entre as histórias, o que prejudica a
continuidade do longa.
O roteiro
escrito pelo próprio não fechava todas as pontas, o elenco conta com alguns atores
completamente comerciais e que não tem química alguma, além do exagero na sexualidade
de alguns personagens.
Um desperdício usar Ellen Page como objeto de desejo,
cadê o sex appeal da atriz?
E fato do personagem vivido por Alec Baldwin aparecer em
algumas cenas literalmente do nada, (sem explicações, Baldwin se converte na consciência de
Eisenberg), e o que é o tenor Fabio Armiliato cantando no chuveiro, cadê o bom senso?!
Há de ter muita paciência e disposição para não bocejar
antes das cenas finais.
Sim, o filme
não é de todo ruim! A fama instantânea do personagem vivido pelo grande ator
Roberto Benigni, é uma piada ao mundo das celebridades, a atuação nervosa de
Woody Allen é sempre bem vinda e como sempre agrada, além dos diálogos, como
sempre sensacionais.
A fotografia e a trilha sonora como sempre tem o dedo
do mestre que é nítida durante todo o filme. A presença maciça do idioma italiano
também é um dos pontos fortes.
O filme intitulado “Para Roma com Amor”, não explora em
nenhum momento esse sentimento, de forma alguma, mas homenageia a cidade onde
Fellini rodou alguns de seus filmes (“La dolce Vita”, “Roma, Cidade Aberta”
entre tantos outros).
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