Lars Von
Trier está de volta com o volume 2 da sua obra mais perturbadora de todos os
tempos. A ordem e desordem estão de volta, na
mesma dimensão.
Mais uma vez, o filme é definido pelos diálogos entre os dois
personagens principais. O sarcasmo faz parte dele, levando o público a
gargalhadas nervosas em determinados momentos.
O segundo
corte de “Ninfomaníaca” continua de onde parou e seguindo a linha do primeiro: arrogante, debochado e
instigante. O que impressiona mais é a
entrega absoluta da atriz que incorpora Joe: Charlotte Gainsbourg (sem dúvida
alguma, a alma do filme)!
O roteiro consegue ser mais envolvente que o primeiro. Fascinante e
repulsivo, ao mesmo tempo, Lars explora a sexualidade, o ato sexual e a doença
genialmente!
O paradoxo
sexual do filme parte da posição de que os personagens são colocados. No meio
desta conversa, uma revelação sobre Seligman acontece, o que o encaixa perfeitamente
neste lugar.
Durante toda
o diálogo, a posição de Seligman é colocada como se fosse um terapeuta. Ele
analisa e filosofa sobre os fatos contados por Joe, enquanto ela descreve sua vida
e pontua claramente que a sociedade é negligente com os estereótipos sexuais. As
ideias são preconcebidas, a aceitação de gêneros sexuais é praticamente inaceitável.
A saciedade
sexual e social é inconcebível. A busca pelo gozo sexual e pela satisfação social
(ou ao contrário, como você preferir) é interminável, se tornando uma
auto-mutilação, tanto para o ser-humano como para a sociedade.
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