Um circo
chamado Esperança é a grande metáfora desta história. Valdemar e
Benjamim são pai e filho que interpretam a dupla de palhaços Puro Sangue e Pangaré,
que rodam as estradas do interior com sua trupe.
Benjamim é
um palhaço em crise e sem esperança em seu coração. O personagem está enfrentando um rito de passagem importante em sua vida, por isso tem um olhar triste
que mexe com o espectador, que ri e se emociona ao mesmo tempo.
A simplicidade da trama e a delicadeza com que o drama é exposto só
poderiam fazer parte de um filme de Selton Mello. Um filme sútil, que consegue ao mesmo tempo
dar um soco no estômago naqueles que não tem mais vontade de viver!
Benjamim passa por um vazio, uma crise de identidade enorme, descrita e
personificada brilhantemente por Selton Mello.
Outro
grande destaque do filme é a atuação de Paulo José que ganhou um personagem
especialmente escrito para ele. Considerado um mestre na arte de atuar, Paulo
José foi fundamental para completar a essência do filme.
Um filme
encantador, emocionante e melancólico!
Elenco bem
afiado, cheio de grandes atuações bem compostas junto à Direção de Arte! A
Fotografia não fica por menos, compõe muito bem o roteiro e a direção!
O filme é
cheio de participações especiais: Ferrugem, Fabiana Karla, Danton Mello, Moacyr
Franco, Jackson Antunes e Tonico Pereira.
No Festival de Paulínia desse ano, o filme faturou quatro prêmios:
diretor de ficção, roteiro (Selton Mello e Marcelo Vindicatto), ator
coadjuvante (Moacyr Franco) e figurino (Kika Lopes).
O papel de Benjamim deveria ser interpretado por Wagner Moura, no
entanto, o ator não pôde aceitar já que estava envolvido com as gravações do
filme "Tropa de Elite", de José Padilha. A
alternativa seguinte foi chamar o ator e grande amigo de Selton Mello, Rodrigo
Santoro, que não pôde assumir esse compromisso, por conta de sua agenda e
aconselhou Selton a assumir o papel principal.
Além da
direção, Selton também assina o roteiro ao lado Marcelo Vindicatto e produz junto de Vânia
Catani. O Palhaço é o segundo longa
de Selton Mello, depois de "Feliz Natal" de 2008.