Baseado na história de vida de Afshin Ghaffarian, um
iraniano rebelde que desafia as leis iranianas e forma uma companhia de dança clandestina.
As ideologias islâmicas são seculares. Podemos partir da simples reflexão de que se
um homem decide ser um dançarino clássico no Ocidente, ele ainda enfrenta uma
série de preconceitos, reconfigurando, imagina no Oriente. O roteiro distorce
essa problemática oferecendo uma visão reducionista do tema. De modo estreito,
a trama foca a censura artística no Irã de forma maniqueísta e sem acuidade
histórica.
A história de Afshin Ghaffarian sem dúvida alguma,
vale a pena ser contada, como também sua determinação para perseguir um sonho,
mas este não é o filme que Ghaffarian nem o povo iraniano merecem. A trama é
manipulativa, pouco explicativa e nada reflexiva. As cenas de dança real no
deserto, bem como a beleza sem igual de Freida Pinto são a graça salvadora do
filme.
Em “O Dançarino do Deserto” falta ambição de sair do lugar comum e
entender realmente o significado de projetar através da imagem cinematográfica
o teor histórico de um ato político, o filme só mostra a que veio em
suas cenas de dança com coreografias interessantes, onde, sem palavras, corpos
expressam os sentimentos, os desejos e todas as palavras repreendidas.
Afshin Ghaffarian conseguiu refúgio político do governo francês.
O Dançarino do Deserto” , é um filme onde a linguagem corporal é completamente essencial. O corpo fala, ensina, disciplina, nos faz querer sempre ir além, sem medo.
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