Alice sempre foi uma mulher de certezas. Professora e
pesquisadora bem-sucedida, não havia referência bibliográfica que não guardasse
de cor. Ela sempre acreditou que poderia estar no controle, mas nada é para
sempre. Aos cinqüenta anos, ela começa a simplesmente esquecer. No início,
coisas sem importância, até que ela se perde na volta para casa. Estresse,
provavelmente, talvez a menopausa, nada que um médico não dê jeito, mas não é o
que acontece.
Diagnosticada com um caso raro e precoce de mal de Alzheimer, uma
doença degenerativa incurável, Alice, agora, se vê condenada pela doença. Agora, ela terá que abrir mão do controle, aprender a
se deixar cuidar e conviver com uma única certeza: a de que não será mais a
mesma.
Enquanto o diretor leva as telas a fragilidade do
ser humano e a importância da relação familiar nesse momento, vemos mais do que tudo, que o amor e paciência dos que nos amam, é o que nos carrega pela vida, já o enredo do filme apenas convence e nos carrega por história cruelmente real.
A progressão
da doença junto a carga emocional de todos ao seu redor dói na alma. A percepção e a auto-percepção começam a serem os
protagonistas desta história.
Julianne Moore leva o filme inteiro nas costas. De maneira
primorosa, ela entra na pele de sua personagem com uma sensibilidade e sutileza
sem iguais. É fato que a
atriz é alma do filme!
A habitual entrega da atriz a sua personagem é como
sempre, total, mas todos sabemos que este Oscar era devido a Julianne desde “Boogie
Nights”, “As Horas” ou “Far from Heaven”, apenas para citar alguns de seus mais
memoráveis desempenhos.
A química entre a atriz e Alec Baldwin é morna e não convence, já a entrega dos filhos é surpreendente, inclusive a Sra. Crepúsculo, Kristen Stewart.
Um sorriso, a voz, o toque, a calma que a presença de
alguém transmite, podem devolver uma lembrança, mesmo que por instantes.
Baseado na
obra de Lisa Genova, “Para sempre Alice” é um bom filme. Forte e impactante justamente por tocar a alma
do espectador. É uma grande luta para
continuarmos a ser nós mesmos.
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