Adaptação do livro “A arte de produzir efeito
sem causa” de Lourenço Mutarelli , que fala sobre complexas relações familiares e a
impossibilidade de recuperar o passado, sob um olhar inusitado e com um viés de
suspense psicológico.
Dirigido por Marco Dutra, “Quando eu era vivo””, conta a história de
Júnior, que, após um divórcio, busca abrigo na casa do pai, com quem mantinha
uma relação distante. Lá, nada lembra o lar em que viveu. O pai se tornou um
homem estranho, rejuvenescido à base de exercícios físicos e bronzeamento
artificial.
Os objetos e fotos da mãe, morta há alguns anos,
foram encaixotados e trancados no quartinho dos fundos. No quarto que dividia
com o irmão, Pedro, agora vive a inquilina Bruna, jovem estudante de música que
veio do interior para fazer faculdade. Após encontrar objetos que remetem ao
passado e à sua mãe, Júnior desenvolve uma estranha obsessão pelo passado familiar
e tenta recuperar algo que aconteceu em sua infância e que, até hoje, o
assombra.
A ponte da linguagem entre a literatura e o cinema
leva o longa a um universo angustiante, sombrio ao mesmo tempo que revelador.
Com algumas referências de filmes de como “O Iluminado”, “Vestida para Matar” e
“Síndrome de Caim”, sua trilha sonora marca sua evolução.
O silêncio perturbador na relação pai e filho
enriquece o filme de uma maneira sobrenatural. Com um toque macabro e de ocultismo,
o processo de loucura do protagonista cresce completamente em cena. Um
personagem muito bem construído e interpretado por Marat Descartes!
Não há dúvidas que “Quando eu era vivo” é um marco no gênero
cinema de terror no panorama nacional. É o cinema nacional ganhando ousadia e novos ares, portanto deixe de
lado o preconceito por ser brasileiro e
por causa da Sandy. Prestigie o cinema nacional com mais cabeça aberta!
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