Só o sacrifício da vida pode justificar o
erro de um passado, só o sacrifício da vida poderá resgatar o erro de um fracasso.
Chega aos cinemas brasileiros, “Getúlio”, um filme que conta os últimos dias do Presidente da República diante do atentado que ocorreu na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, na Rua Tonelero, no bairro de Copacabana.
Com atuações memoráveis, “Getúlio” é um marco no cinema histórico do Brasil, da mesma
forma que “Lincoln” para os americanos.
É
impossível não fazer comparações entre os filmes. A Fotografia é bem parecida, além de ambos serem marcos históricos em seus países. São filmes datados que em certo ponto acabam se tornando um pouco cansativos, mas nada que atrapalhe a projeção.
Esteticamente muito bem feito, desde a caracterização de todos os atores em cena, passando pela Direção de Arte e a Fotografia que é
impecável, "Getúlio" nos leva à um passado ainda muito presente na vida dos brasileiros.
A edição e a montagem também não fica por
menos, o longa utiliza de imagens de arquivo para ilustrar a morte do
presidente. O que faz um incrível contraposição com as imagens
filmadas, atualmente. É bonito de se ver!
Logo depois do final da Era Vargas, os suspeitos do atentado foram condenados,
Alcino teve a pena decretada a 33 anos, Gregório a 25 anos de prisão sendo
assassinado dentro da penitenciária, bem como Clemério que foi condenado a 33
anos. José Antonio Soares foi condenado a 26 anos e Nelson Raimundo a 11 anos.
Existem algumas pessoas que não acreditam até
hoje na autoria dos disparos, dizendo que tudo trata-se de uma farsa montada
pelo Carlos Lacerda para tirar Getúlio do poder. Primeiro porque Lacerda já
contou diferentes versões sobre o que aconteceu naquela noite, na Rua Tonelero,
segundo porque Alcino diz que Lacerda atirou nas costas de Vaz e só então ele
deu o tiro no peito do major, fato que foi confirmado pela autópsia e terceiro,
porque Lacerda não entregou a sua arma para que fizessem a perícia.
Getúlio Vargas se suicidou onze anos depois
da morte de seu filho Getulinho, na data de aniversário dele, em 24 de Agosto
de 1954.
“Mais uma vez, as forças e os interesses
contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me
acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa.
Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a
defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto” ...
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