Num País Europeu em crise, Portugal, um realizador propõe-se a
construir ficções a partir da miserável realidade onde esta inserido. Mas
incapaz de descobrir um sentido para o seu trabalho, foge covardemente, dando o
seu lugar à bela Xerazade. Ela precisará de ânimo e coragem para não aborrecer
o Rei com as tristes histórias desse país! Com o passar das noites, a
inquietude dá lugar à desolação e a desolação ao encantamento. Por isso
Xerazade organiza as histórias que conta ao Rei em três volumes. Começa assim:
“Oh venturoso Rei, fui sabedora de que num triste país entre os países…”
“As mil e uma noites” é um ousado projeto de Miguel
Gomes, que mostra desde o início as barreiras cinema-realidade.
O experimentalismo do diretor desenvolve
discussões sobre a situação sócio-econômica portuguesa, embora pudesse ser
aplicada à Itália, Grécia, Brasil e todos os países que adotam a austeridade
fiscal como solução para superação de crise. Ele faz isto a partir de contos e
metáforas, que intercalam passado e presente.
A narrativa
é bem peculiar, a trilha sonora e fotografia merecem destaque nesta obra um
tanto pertubadora.
Bom
filme!
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