Baseado na obra de Saramago, “ O Homem Duplicado”
brinca com o surrealismo e nos insere de maneira sombria dentro de uma trama no mínimo instigante!
Antes de mais nada, é importante esclarecer
que esta história nada tenha a ver com experiências de clones humanos gerados
em laboratório. É pura questão psicológica.
O cérebro
humano é uma teia de aranhas capaz de criar o caos e a obsessão. Enquanto seu
mundo parece ruir, Adam Bell cria em sua
mente uma vida dupla onde Anthony Claire é justamente o contrário do que ele é.
As singularidades são irredutíveis, e
quando um rouba a individualidade do outro, ainda que simbolicamente, ambos
perdem a identidade, sem a qual ninguém vive. Um deles abriu a caixa de Pandora
e agora um dos dois está sobrando.
Como toda
ditadura tem uma obsessão, assim sua vida vira um caos. A ordem para decifra-lo
está na trama que é confusa e de difícil assimilamento, justamente
por isso torna o filme instigante.
A fotografia e trilha sonora pontuam bem o filme: densas
e tensas capazes deixar o espectador no limite.
Bem dirigido e construído, “O Homem Duplicado” é o
tipo de filme que você não entende, mas te conquista.
Cheio de tensão e estranhamente sedutor, “O Homem
Duplicado” traz o talento de Villeneuve (“Incêndios”
e “Os Suspeitos”) na direção que brilha junto com a atuação notável de Gyllenhaal!
“O Homem Duplicado”
é uma trama magistralmente retratada, que merece ser vista!
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