“Jia
Zhang-ke, um homem de Fenyang” é a memória
de um cineasta, através do olhar de Walter Salles, mas também de todo um país
em convulsão, a China, que se desvenda pouco a pouco. Um país que não havia identidade cultural.
O
documentário é um retrato afetivo sobre o jovem realizador chinês que, para
muitos, se tornou um dos mais importantes cineastas de nosso tempo. A China é um oceano humano, onde os filmes do diretor, antes de “O mundo”
foram proibidos na China.
O estilo da Câmera de Walter nos
leva a uma realidade na tela muito cultual que leva o diretor chinês de volta para os locais
de rodagem de seus filmes, junto com seus atores, amigos e colaboradores mais
próximos.
“Jia
Zhang-ke, um homem de Fenyang” traça um panorama dos filmes do diretor. Jia relembra as fontes de inspiração de “Plataforma”, “Em Busca da Vida” e “Um toque de Pecado”, entre outros. O
diretor tem quê de Alfred Hitchcock, que aparecia rapidamente na
maioria dos seus filmes. Jia Zhang-ke já fez pequenas participações em pelo
menos dois longas seus: "Um Toque de
Pecado", onde ele faz uma ponta como cliente de um bordel temático e em
"Prazeres Desconhecidos", a sua presença é um pouco mais marcante:
ele faz um cantor desafinado que repete, a plenos pulmões, um trecho de ópera
italiana num imenso saguão vazio. Alias, seus filmes é uma forma de afirmar sua individualidade.
Se sente impedido de continuar na profissão, Jia ficou parado apenas
seis meses, quando resolveu reeditar “Plataforma”.
O documentário
foi rodado todo na China:
em Fenyang, Pingyao, Hong Nan-che e outras cidades e vilarejos da região de
Shanxi, em Pequim, em conversas na Academia de Cinema, na Academia de
Belas-Artes e na produtora de Jia Zhang-ke, a Xstream Pictures.
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