A artista de performance Marina Abramovic viaja por lugares místicos do Brasil, pesquisando comunidades espirituais, pessoas e lugares de poder. O filme faz um registro etnográfico enquanto observa os processos de apropriação artística e humana de Marina. Ela entra em contato com os rituais do Vale do Amanhecer, o xamanismo na Chapada Diamantina, o candomblé na Bahia, as curas do médium João de Deus e os cristais de Minas Gerais.
Marina é conhecida no meio artístico como alguém que sabe
trabalhar com a arte corporal, através de movimentos ou pelo silêncio. No
documentário produzido e co–escrito por ela, a artista se lança em uma jornada
através do Brasil para conhecer e aprender com as mais diversas formas de rituais
espirituais.
Logo de cara o documentário já revela uma fotografia de tirar
o fôlego, ao mostrar uma entrada de caverna que mais parece um buraco negro, e
continua durante toda a obra. Destaque para as cenas especialmente focadas em
campo aberto, aonde o corpo de Marina se mostra minúsculo frente a paisagem
total, tais cenas lembram muito seus trabalhos em exposições aonde o corpo é contemplado
frente um ambiente muito maior.
Outro ponto forte também é a maneira com que ela aborda as
diferentes crenças espalhadas pelo Brasil, sendo através de entrevistas com os
praticantes ou até mesmo passando pelos processos ritualísticos. Por fim, o
documentário de Marina Abramovic é artisticamente um deleite para os olhos e
culturalmente, ainda mais para o brasileiro, uma forma de conhecer melhor as
culturas sagradas espalhadas pelo país, ao fim da produção a sensação é de que
o sagrado está mais perto do que se imagina.
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