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quarta-feira, 23 de março de 2016

A LUNETA DO TEMPO POR ANDREA CURSINO


Lampião (Irandhir Santos), sempre acompanhado por sua amada Maria Bonita (Hermila Guedes), lidera seu bando pelo sertão de Pernambuco, enfrentando a polícia local. Seu principal antagonista é Antero Tenente, que foi abandonado preso e de cabeça pra baixo pelo bando de Lampião. Esta disputa permanece com o passar dos anos, quando o filho de Antero torna-se adulto e não aceita qualquer provocação à imagem do pai ou a simples menção a algo que lembre Lampião e seus cangaceiros.

É ótimo assistir a um bom filme e a surpresa é maior quando esse filme é de um cineasta estreante. Melhor ainda quando descobrimos uma qualidade a mais nesse cineasta, a humildade. 


Alceu Valença é um músico consagrado com uma carreira repleta de canções marcantes na história da Música Popular Brasileira e resolveu canalizar sua arte em outros horizontes, o Cinema. Com isso, ele resolveu aprender. Aprendeu como escrever um roteiro, como é a linguagem cinematográfica e como transmitir para a tela o que se passava em sua cabeça criativa.   

Ele arriscou, com segurança, mas arriscou e acertou em cheio. Ele escreveu o roteiro, escolheu o elenco, compôs uma bela e empolgante Trilha sonora e atuou como o palhaço do circo. Além disso, ele dirigiu atores consagrados no cinema como Irandhir Santos e Hermila Guedes. Para contracenar com eles, levou seu filho Ceceu Valença que estuda artes cênicas na CAL (Casa de Artes laranjeiras), uma das mais conceituadas escolas de dramaturgia do país. Posso dizer que pai e filho tem talento para atuar. O pai é mais vigoroso em sua atuação, mais expansivo. O filho faz um Argelino sedutor, mas introspectivo.

O figurino, a montagem e a Fotografia estão perfeitas e nos mostraram filme com uma beleza única, poética e com características bem brasileiras.

A beleza das tomadas surpreendeu a cada nova cena. Valorizou a estética das imagens e nos mostrou um cordel elegante.

Esse é um trabalho para aplaudir de pé, ver e rever.



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