Em seu mais novo filme o diretor e roteirista tailandês Apichatpong
Weerasethakul continua fundindo fantasia com realidade, transformando o
fantástico e o sobrenatural em algo totalmente corriqueiro.
Os
personagens de “Cemitério do Esplendor” lidam com o sobrenatural e o místico de
maneira totalmente natural. Uma doença que faz soldados entrarem e saírem aleatoriamente
de um estado de coma, espíritos e divindades fazem parte do dia a dia assim
como sentar em um parque e fazer uma refeição (e em alguns momentos dividir
essa refeição com algum ser inexplicável).
Na trama (se é que dá pra descrever uma), Jen (Jenjira Pongpas) é
uma senhora deficiente que é voluntária em um hospital do exército, montado em uma antiga escola. Ela tem uma perna mais curta que a outra e, por isso,
usa um sapato com salto gigantesco, além de muletas.
Neste hospital, ela e outras enfermeiras
tomam contam de soldados com uma estranha condição (a tal que os fazem sair e
entrar de um estado de sono profundo). Solitária, ela se aproxima do soldado
Itt (Banlop Lomnoi), que também é só, já que não é visitado por sua família.
Contam as histórias que a escola foi construída em cima de um antigo palácio
real e cemitério de guerreiros, que estariam utilizando os soldados vivos para,
no campo dos mortes, lutarem suas batalhas.
“Cemitério do Esplendor,” assim como os outros trabalhos de Weerasethakul,
é totalmente divisivo. Uns irão se maravilhar com o jeito que o diretor
sutilmente usa uma história totalmente “sem pé nem cabeça” para para apresentar
sua solitária protagonista. Outros irão sair do cinema, reclamando que o que
estão assistindo não faz sentido algum.
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