“O que você vai assistir é uma história que aconteceu comigo e a conto
da melhor forma que eu sei.” Assim o diretor Hector Babenco abre o filme que
retrata sua biografia.
Inspirado em eventos de sua vida, “Meu amigo Hindu” nos apresenta um
pouco da sua vida particular entre família e amigos, mas esse não é o foco do
filme, é o diagnóstico de um grave câncer
que leva o diretor a ser submetido a um transplante de medula óssea.
Ali, no meio da sua recuperação, entre a vida e morte, surge o desejo de
fazer mais um filme, assim a luta pela vida parece maior. Ainda no hospital, ele conhece um menino hindu de apenas
oito anos, que também está internado. Logo Diego passa a vivenciar com ele aventuras
fantasiosas, inspiradas no cinema, que ajudam a suportar a dura realidade que
os cerca.
Infelizmente, Babenco derrapa neste misto de fantasia e biografia. As
atuações não agradam nenhum um pouco, inclusive pela escolha da língua em que foi
filmado.
Quem se salva o filme é o protagonista Willem Dafoe, que literalmente
carregaa obra, além dele Selton Mello é quem está mais a vontade em cena e nos
presenteia com a ótima atuação inspirada no filme “O Sétimo Selo”.
Os bons momentos são aqueles que justamente trazem Selton Mello como um
mensageiro da morte e a bela sequência final, com Bárbara Paz dançando “Singing
In The Rain” em uma noite tempestuosa. No entanto, o sentimento de desejo pela
vida está à espreita somente nesses poucos instantes e, por incrível que
pareça, o “amigo hindu” que nome ao
filme, é justamente o que há de mais avulso em um filme que pretende rever essa
relação inusitada entre um adulto e uma criança, vivenciada pelo próprio
Babenco em suas sessões de quimioterapia.
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